Agência France-Presse
postado em 25/08/2015 07:59
Paris, França - O ataque ao trem Thalys Amsterdã-Paris demonstra que o país deve estar preparado para outros ataques e se proteger, afirmou nesta terça-feira (25/8) o presidente francês, François Hollande. "Permanecemos expostos e a agressão que aconteceu na sexta-feira poderia ter provocado um massacre monstruoso sem a coragem de vários passageiros, entre eles militares americanos", disse Hollande em um discurso para diplomatas franceses.[SAIBAMAIS]"Nossa segurança acontece em primeiro lugar dentro de nossas fronteiras, o que nos levou a decidir a operação Sentinela", a mobilização de militares franceses para reforçar a polícia no território nacional, "mas também fora de nossas fronteiras", disse.
O grupo Estado Islâmico "é o maior perigo. Esta organização controla um vasto território, dispõe de recursos importantes ligados a tráficos de todo tipo, tem ramificações em todo o globo. Esta organização alista, doutrina, treina para matar em grande escala", acrescentou. "Diante do terrorismo, o recurso à força é necessário", completou, em um discurso no qual também citou a ameaça que representa na África o grupo islamita Boko Haram.
A França vai propor aos países envolvidos na luta contra o Boko Haram uma reunião em Paris para estabelecer ações comuns, disse Hollande. "Em alguns dias, receberei o novo presidente nigeriano (Muhammadu) Buhari e confirmarei que a França está disposta a reunir todos os atores da luta contra o Boko Haram para compartilhar nossas informações e atuar de maneira conjunta na região", afirmou.
"Todos os países da região estão envolvidos, Nigéria, Camarões, Chade, Níger", ressaltou. "Nós devemos uma solidariedade sem falhas, porque são países amigos e porque disto depende também o equilíbrio de toda a África ocidental", completou.
O Boko Haram é considerado responsável pela morte de mais de 15.000 pessoas em seis anos, essencialmente no nordeste da Nigéria. Desde fevereiro, os exércitos da Nigéria, Chade, Camarões e Níger tentam conter o grupo. Uma força de intervenção conjunta multinacional (MNJTF) será mobilizada em breve no nordeste da Nigéria.