Agência France-Presse
postado em 28/08/2015 11:36
Islamabad - Pelo menos dez civis morreram e mais de 50 ficaram feridos nesta sexta-feira em um tiroteiro entre o exército do Paquistão e da Índia na fronteira entre os dois países, divulgaram as autoridades.Seis civis paquistaneses perderam a vida nos arredores da cidade de Sialkot, na província de Punyab, e quatro indianos morreram na zona da Caxemira administrada pela índia, segundo os balanços militares feitos pelos dois países.
De acordo com um comunicado do exército paquistanês, 46 pessoas ficaram feridas deste lado da fronteira ao serem alvejadas por disparos indianos durante a noite de quinta. As autoridades indianas informaram inicialmente que constataram 3 baixas civis.
Como de costume, um país acusou o outro de ter começado o enfrentamento que, segundo uma autoridade militar paquistanesa que pediu para não ser identificada, continuava na manhã desta sexta-feira.
Índia e Paquistão já travaram três guerras desde agosto de 1947, quando foram criados os dois Estados como resultado da partição da Índia Britânica. Dois desses combates foram travados pelo controle militar da estratégica região himalaia da Caxemira.
Os dois países assinaram um cessar fogo, mas se acusam mutualmente de tê-lo violado.
No mês passado, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o paquistanês, Nawaz Sharif, voltaram a dialogar, porém desde então tem acontecido tiroteios entre os exércitos dos dois países na fronteira e na província paquistanesa de Punyab.
Uma reunião, agendada para domingo e segunda-feira, entre as autoridades de segurança dos países foi cancelada no último minuto na semana passada por causa de desacordos sobre a agenda: o Paquistão quer abordar a questão da Caxemira e Índia deseja falar sobre "terrorismo".
O Paquistão reivindica a parte da Caxemira controlada pela Índia, alegando que a maioria da população é muçulmana, e mantém relações com líderes regionais, a contra-gosto da Índia, que considera isso uma ingerência de seus assuntos internos.
Nova Délhi acusa, por sua vez, Islamabad de orquestrar infiltrações jihadistas em seu território, e critica a incapacidade de seu vizinho para julgar Zaki ur-Rehman Lakhvi, suspeito de ser o artífice dos atentados de Mumbai (que deixou 16 mortos em 2008), e libertado recentemente mediante pagamento de fiança.