Agência France-Presse
postado em 30/08/2015 10:51
Milhares de malaios manifestaram neste domingo (30/8) em Kuala Lumpur, pelo segundo dia consecutivo, para exigir a renúncia do primeiro-ministro Najib Razak, suspeito de corrupção e cujo partido está no poder há 58 anos.
Muitos manifestantes vestiam camisetas amarelas com o símbolo do movimento civil Bersih, pedindo reformas. A maioria acampou durante à noite na capital, mantendo a mobilização combinando discursos, cânticos e orações em uma atmosfera descontraída.
[SAIBAMAIS] O número de pessoas na tarde deste domingo parecia menor do que no sábado, quando os organizadores evocaram a participação de 200.000 pessoas, enquanto a polícia deste pequeno país do sudeste asiático de maioria muçulmana falava de 29.000 manifestantes.
As autoridades do governo "mentem, roubam e intimidam há muito tempo, e as pessoas não podem aceitar isso", declarou um manifestante, Simon Tam.
A manifestação convocada pelo movimento Bersih (que significa "limpo" em malaio) prossegue nesta tarde sem o registro de incidentes, apesar de sua proibição pelas autoridades, que também bloquearam o site dos organizadores e baniram o logotipo e as camisas amarelas do Bersih, uma aliança de ONGs, reformistas e ativistas de direitos humanos.
Críticas do ex-homem forte
Os manifestantes foram surpreendidos neste domingo com a presença do ex-primeiro-ministro Mahathir Mohamad, que liderou a Malásia por 22 anos.
"Acho que ele (Najib Razak) não vai renunciar", disse durante uma coletiva de imprensa improvisada deste que continua a ser uma figura influente no país.
"Ele sabe que quando não estiver mais no poder, poderá acabar nos tribunais. A justiça poderia condená-lo e ele iria para a cadeia", acrescentou o ex-homem forte do país, com agora 90 anos, ele mesmo pouco tolerante com a dissidência durante seu governo, 1981-2003.
Os protestos contra o primeiro-ministro Najib diz respeito sobretudo ao enorme escândalo financeiro que afeta a companhia estatal 1Malaysia Development Berhad (1MDB), criada por sua iniciativa logo após assumir o cargo em 2009. Ele é suspeito de desviar cerca de 640 milhões de euros da empresa.
Manifestações menores eram realizadas em outras cidades, de acordo com a agência pública de notícias Bernama, acrescentando que 12 participantes foram presos em Malacca (sul) por vestir as camisetas amarelas do Bersih.
Má gestão
Os apelos à renúncia de Najib Razak aumentaram em julho, depois das revelações pelo Wall Street Journal segundo as quais investigadores da Malásia descobriram cerca de 2,6 bilhões de ringgit (640 milhões de euros) em suas contas pessoais.
O primeiro-ministro sempre negou qualquer irregularidade, e ministros de seu governo afirmaram se tratar de "doações políticas" não identificadas vindas do Oriente Médio.
Os políticos da Malásia são regularmente acusados de corrupção por opositores e ONGs.
No início de agosto, o ringgit - a moeda malaia - caiu a seu nível mais baixo em 17 anos frente ao dólar, atingido pelas preocupações sobre o crescimento econômico do país exportador de petróleo e a incerteza política relacionada com o escândalo financeiro do governo.
Estes eventos só aumentaram o descontentamento da população, enquanto a perspectiva econômica pode piorar ainda mais com a crise chinesa.
Esta forte mobilização não é, no entanto, considerada como uma grande ameaça ao primeiro-ministro: os organizadores não têm um líder carismático, a oposição da Malásia está dividida, e Najib Razak tem o controle das instituições-chave, como a polícia, o judiciário e o Parlamento.
No final de julho, o primeiro-ministro demitiu seu vice, que havia criticado a falta de transparência em relação ao escândalo financeiro 1MDB, e o procurador-geral que investigava este caso sensível também foi afastado.
Muitos manifestantes vestiam camisetas amarelas com o símbolo do movimento civil Bersih, pedindo reformas. A maioria acampou durante à noite na capital, mantendo a mobilização combinando discursos, cânticos e orações em uma atmosfera descontraída.
[SAIBAMAIS] O número de pessoas na tarde deste domingo parecia menor do que no sábado, quando os organizadores evocaram a participação de 200.000 pessoas, enquanto a polícia deste pequeno país do sudeste asiático de maioria muçulmana falava de 29.000 manifestantes.
As autoridades do governo "mentem, roubam e intimidam há muito tempo, e as pessoas não podem aceitar isso", declarou um manifestante, Simon Tam.
A manifestação convocada pelo movimento Bersih (que significa "limpo" em malaio) prossegue nesta tarde sem o registro de incidentes, apesar de sua proibição pelas autoridades, que também bloquearam o site dos organizadores e baniram o logotipo e as camisas amarelas do Bersih, uma aliança de ONGs, reformistas e ativistas de direitos humanos.
Críticas do ex-homem forte
Os manifestantes foram surpreendidos neste domingo com a presença do ex-primeiro-ministro Mahathir Mohamad, que liderou a Malásia por 22 anos.
"Acho que ele (Najib Razak) não vai renunciar", disse durante uma coletiva de imprensa improvisada deste que continua a ser uma figura influente no país.
"Ele sabe que quando não estiver mais no poder, poderá acabar nos tribunais. A justiça poderia condená-lo e ele iria para a cadeia", acrescentou o ex-homem forte do país, com agora 90 anos, ele mesmo pouco tolerante com a dissidência durante seu governo, 1981-2003.
Os protestos contra o primeiro-ministro Najib diz respeito sobretudo ao enorme escândalo financeiro que afeta a companhia estatal 1Malaysia Development Berhad (1MDB), criada por sua iniciativa logo após assumir o cargo em 2009. Ele é suspeito de desviar cerca de 640 milhões de euros da empresa.
Manifestações menores eram realizadas em outras cidades, de acordo com a agência pública de notícias Bernama, acrescentando que 12 participantes foram presos em Malacca (sul) por vestir as camisetas amarelas do Bersih.
Má gestão
Os apelos à renúncia de Najib Razak aumentaram em julho, depois das revelações pelo Wall Street Journal segundo as quais investigadores da Malásia descobriram cerca de 2,6 bilhões de ringgit (640 milhões de euros) em suas contas pessoais.
O primeiro-ministro sempre negou qualquer irregularidade, e ministros de seu governo afirmaram se tratar de "doações políticas" não identificadas vindas do Oriente Médio.
Os políticos da Malásia são regularmente acusados de corrupção por opositores e ONGs.
No início de agosto, o ringgit - a moeda malaia - caiu a seu nível mais baixo em 17 anos frente ao dólar, atingido pelas preocupações sobre o crescimento econômico do país exportador de petróleo e a incerteza política relacionada com o escândalo financeiro do governo.
Estes eventos só aumentaram o descontentamento da população, enquanto a perspectiva econômica pode piorar ainda mais com a crise chinesa.
Esta forte mobilização não é, no entanto, considerada como uma grande ameaça ao primeiro-ministro: os organizadores não têm um líder carismático, a oposição da Malásia está dividida, e Najib Razak tem o controle das instituições-chave, como a polícia, o judiciário e o Parlamento.
No final de julho, o primeiro-ministro demitiu seu vice, que havia criticado a falta de transparência em relação ao escândalo financeiro 1MDB, e o procurador-geral que investigava este caso sensível também foi afastado.