Agência France-Presse
postado em 31/08/2015 07:03
Cabul, Afeganistão - Os talibãs afegãos admitiram nesta segunda-feira (31/8) que esconderam por mais de dois anos a notícia da morte de seu líder, o mulá Omar, e confirmaram que ele faleceu em 2013, como anunciou o Serviço de Inteligência do Afeganistão. Até julho, o grupo continuava divulgado comunicados em nome do mulá Omar, que não era visto em público desde 2001, quando os talibãs foram expulsos do poder no Afeganistão.[SAIBAMAIS]No dia 30 de julho, no entanto, os talibãs admitiram a morte de seu líder, mas sem revelar a data, em meio a tensões internas provocadas pela ocultação durante dois anos do falecimento de seu líder. "Membros destacados do conselho diretor supremo do Estado Islâmico (em referência aos talibãs) e vários especialistas religiosos decidiram, juntos, ocultar a trágica notícia da morte", admitiram os talibãs, que informam a data da morte do mulá: 23 de abril de 2013.
O texto foi incluído em uma biografia publicada nesta segunda-feira do novo líder talibã, Akhtar Mansur, que foi o segundo de Omar. Em dezembro de 2014, a Otan retirou a maior parte de suas tropas no Afeganistão. Atualmente há 13.000 soldados no país, dedicados principalmente ao treinamento das forças afegãs e às operações antiterroristas.
A confirmação da morte de Omar e a designação de Mansur como líder provocaram um conflito dentro do movimento talibã, que coincide com o auge no Afeganistão de um grupo islamita rival, o Estado Islâmico, ao qual se uniram muitos talibãs.
Alguns líderes talibãs, incluindo o filho e o irmão do mulá Omar, se negaram a jurar fidelidade a Akhtar Mansur porque consideram que sua eleição foi manipulada e muito rápida.