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Netanyahu diz que Israel "não afundará" por imigrantes sírios e africanos

Para atingir seu objetivo, o primeiro-ministro anunciou que Israel "começa hoje a construir uma cerca ao longo da fronteira com a Jordânia"

Agência France-Presse
postado em 06/09/2015 12:47
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo que seu país não se deixará "afundar" por uma onda de refugiados sírios e africanos e anunciou a construção de uma cerca ao longo da fronteira com a Jordânia.

"Nós não vamos deixar Israel afundar por uma onda de imigrantes ilegais e militantes terroristas", disse Netanyahu, um dia após o líder da oposição, Isaac Herzog, pedir o acolhimento de sírios que fogem da guerra civil em seu país.

"Israel não é indiferente à tragédia humana dos refugiados sírios e africanos (...), mas Israel é um estado pequeno, muito pequeno, que não tem profundidade demográfica e geográfica, por isso devemos controlar nossas fronteiras", disse Netanyahu durante o conselho semanal de ministros, segundo comunicado.
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Para atingir seu objetivo, o primeiro-ministro anunciou que Israel "começa hoje a construir uma cerca ao longo da fronteira com a Jordânia", que será a quarta erguida pelo país.

Israel concluiu em 2013 a construção de uma cerca de 240 quilômetros ao longo da fronteira com o Egito, que reduziu quase completamente a entrada de imigrantes africanos para Israel.

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Mais de 50.000 africanos, principalmente da Eritreia e do Sudão, conseguiram entrar em Israel através do Sinai egípcio.

"Não esperaremos, cercaremos tanto quanto for necessário as fronteiras de Israel com uma sofisticada cerca de segurança que irá controlar nossas fronteiras", afirmou Netanyahu.

O presidente também anunciou que irá reforçar a cerca israelense nas Colinas de Golã. Israel ocupa desde 1967 cerca de 1.200 km2 desta área que foi anexada em 1981, enquanto a Síria controla cerca de 510 km2. A comunidade internacional considera ilegal a anexação israelense.

A primeira seção da cerca na fronteira com a Jordânia será construída na área de Eilar, um balneário no Mar Vermelho onde Israel planeja construir um novo aeroporto, explicou Netanyahu.

Herzog tinha pedido no sábado que o país acolhesse os refugiados sírios, recordando a situação dos judeus que fugiram de conflitos passados.

Israel e Síria continuam oficialmente em guerra e o governo israelense proíbe seus cidadãos de viajar para o país vizinho.

Desde o início da guerra na Síria, em março de 2011, quatro milhões de refugiados fugiram para países vizinhos, como Jordânia, Líbano e Turquia, mas nenhum tentou entrar em Israel.

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