Mundo

Palestinos poderão hastear sua bandeira na sede da ONU

Os palestinos se tornaram um "Estado observador não membro" da organização em 2012

Agência France-Presse
postado em 10/09/2015 15:05

Nova York, Estados Unidos - A ONU autorizará nesta quinta-feira (10/9) os palestinos a hastear sua bandeira na sede da organização em Nova York, em uma nova etapa da intensa campanha diplomática realizada por eles para que seu Estado seja reconhecido.

A Assembleia Geral da ONU votará às 15h00 locais (16h00 de Brasília) esta iniciativa, que quase certamente conseguirá a maioria dos votos necessários no fórum de 193 países.

As únicas incertezas estão no grau de apoio que será concedido pela Assembleia e na posição dos europeus, com opiniões diferentes acerca desta iniciativa à qual Israel e Estados Unidos se opõem.

"É um passo no caminho que leva a Palestina ao status de membro de pleno direito das Nações Unidas", disse o primeiro-ministro palestino, Rami Hamdallah, em uma coletiva de imprensa conjunta em Paris com seu colega francês, Manuel Valls.

Leia mais notícias em Mundo

Os palestinos se tornaram um "Estado observador não membro" da ONU, após uma votação histórica no dia 29 de novembro de 2012. Na época receberam o apoio de 138 países contra nove e foram registradas 41 abstenções.

Há várias semanas, os palestinos buscam reunir "a maior quantidade de votos possíveis", explica seu representante na ONU, Riyad Mansour.

Trata-se de "uma medida simbólica", reconhece. Mas "reforçará as bases do Estado palestino" e oferecerá aos palestinos uma luz de esperança num momento em que o processo de paz com Israel está estancado.

O projeto de resolução, apresentado na semana passada à Assembleia Geral, permitiria que as bandeiras palestina e do Vaticano - também com status de observador não membro - ondeiem junto às dos 193 Estados membros.

Posições opostas


Depois que a resolução for aprovada, a ONU terá 20 dias para implementá-la e a bandeira poderá estar hasteada a tempo para a visita a Nova York do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, em 30 de setembro.

O presidente palestino pronunciará um discurso durante a sessão anual da Assembleia Geral, que também contará com a presença de seu colega israelense, Benjamin Netanyahu.

Abbas também participará de uma cúpula sobre crescimento sustentável.

O outro beneficiário desta resolução é o Vaticano que, embora tenha se desvinculado da iniciativa palestina, não se opôs abertamente.

Seu representante ante a ONU, monsenhor Bernardito C. Auza, afirmou aos jornalistas que o Vaticano não tinha "a intenção de hastear a bandeira durante a visita do papa" Francisco no dia 25 de setembro.

O Vaticano reconheceu em junho o "Estado da Palestina", ao assinar um primeiro acordo bilateral com a Autoridade Palestina.

O enviado israelense à ONU, Ron Prosor, expressou de maneira firme sua oposição à iniciativa nesta semana, acusando os palestinos de tentar "ganhar pontos fáceis e insignificantes na ONU".

O embaixador de Israel pediu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a Sam Kutesa, presidente da Assembleia Geral, para bloquearem o projeto, que vai contra as práticas da ONU de hastear apenas as bandeiras dos Estados membros.

O Departamento de Estado americano recordou que considera contraproducentes os esforços para que um Estado palestino seja reconhecido "através do sistema das Nações Unidas, fora de um regulamento negociado" com Israel.

Os europeus têm posturas distintas sobre a ideia de hastear as bandeiras dos Estados observadores não membros. E caso uma postura comum não seja alcançada, podem se abster de votar, segundo diplomatas.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação