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Funcionária do Kentucky não impedirá que seus adjuntos casem gays

A cristã devota de 49 anos se negava a emitir as certidões de casamento alegando que suas crenças religiosas a opõem ao casamento gay

Agência France-Presse
postado em 14/09/2015 11:59
Washington, Estados Unidos - A funcionária pública americana que foi enviada à prisão porque se negava a emitir certidões de casamento a homossexuais disse nesta segunda-feira (14/9) que não impedirá que seus adjuntos assinem este tipo de certidões, mas pediu que seu nome não apareça nos documentos.

[SAIBAMAIS]Kim Davis voltou a trabalhar nesta segunda-feira no condado de Rowan, Kentucky, depois de ter ficado na prisão na semana passada por desacato à autoridade. A cristã devota de 49 anos se negava a emitir as certidões de casamento alegando que suas crenças religiosas a opõem ao casamento gay, que é legal desde junho em todos os Estados Unidos.

Davis declarou em uma coletiva de imprensa que continua tendo objeções a respeito do casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas que não irá interferir na emissão de tais certidões por parte de seus adjuntos. Por sua vez, convocou o governador do Kentucky a dar soluções para que os que estão em desacordo com esta política não corram o risco de ir à prisão.

"Convoco o governador (Steve) Bashear, o legislativo e a Corte a intervir", expressou a funcionária. "Eles têm a autorização e a autoridade para adaptar estas situações e não há razão para que não o façam", acrescentou. "O estado não é suficientemente grande, suficientemente amoroso e suficientemente tolerante para encontrar uma maneira de adaptar minhas convicções religiosas?", perguntou. "Embora meu caso possa ser o mais visível, há outros milhões no setor privado e público que enfrentam isso e mantêm a mesma postura", acrescentou.



Um juiz federal ordenou na terça-feira passada a libertação de Davis após cinco dias de prisão por se negar a emitir as certidões de casamento, depois que cinco de seus seis adjuntos "declararam sob juramento que obedecerão a ordem da Corte e emitirão certidões de casamento a todos os casais legalmente aptos".

Davis recebeu a ordem de "não interferir de nenhuma maneira, direta ou indiretamente", na emissão de tais certidões, escreveu o juiz David Bunning, advertindo que se não o fizer será punida. Ao se negar a emitir as certidões de casamento entre casais do mesmo sexo, Davis passou de uma simples funcionária pública a uma heroína para milhares de americanos que se opõem ao casamento gay. Inclusive foi elogiada por vários dos pré-candidatos presidenciais do opositor Partido Republicano.

No fim de junho, a Suprema Corte dos Estados Unidos legalizou o casamento entre homossexuais em todo o país, uma decisão histórica e uma vitória emblemática do presidente democrata Barack Obama.

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