Washington, Estados Unidos - Rússia enviou material de artilharia e sete tanques a uma base aérea síria no âmbito do aumento da presença militar de Moscou no país, arrasado por uma guerra civil que dura mais de quatro anos, afirmou nesta segunda-feira um alto funcionário americano.
O incremento de equipamentos russos na Síria gerou preocupação entre as potências ocidentais pelo envolvimento militar de Moscou para ajudar seu aliado, o presidente Bashar al-Assad.
O funcionário americano, que pediu anonimato, declarou à AFP que sete tanques T-90 haviam chegado recentemente na Síria, mas que não haviam saído da base aérea próxima a Latakia, na costa do Mediterrâneo.
Material de artilharia, que chegou na semana passada, segundo ele, foi enviado para proteger as instalações da base. Não havia indícios de que a Rússia havia enviado aviões de combate ou helicópteros de artilharia à Síria.
A ajuda russa a Assad pode fortalecer seriamente os ataques aéreos contra o grupo jihadista Estado Islâmico na Síria, liderados pelos Estados Unidos. Altos funcionários da Defesa estão inquietos pela possibilidade de acidentes com aviões russos e da coalizão operando no mesmo espaço aéreo.
Dois aviões de transporte, supostamente com ajuda humanitária, aterrissaram na Síria no sábado, noticiou a imprensa russa. Por sua vez, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, afirmou na semana passada que Moscou estava enviando equipamentos militares e ajuda "em virtude de contratos vigentes".
"Apreciamos as contribuições russas ao esforço de guerra mundial contra o grupo Estado Islâmico, mas os esforços para sustentar o regime de Assad, particularmente os esforços militares, não ajudam e ameaçam intensificar ainda mais a instabilidade", disse o porta-voz do Pentágono, Jeff Davis, nesta segunda-feira em uma coletiva de imprensa.
Mais de 240 mil pessoas morreram na Síria desde o início do conflito, em março de 2011. O governo perdeu o controle de várias partes do território, agora em mãos da oposição do grupo Estado Islâmico.