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Vice-chanceler alemão cita "vergonha" por falta de acordo sobre cotas

"E se não chegarmos a um acordo, as previsões orçamentárias europeias a médio prazo serão apenas vento", opinou Gabriel, vice-chanceler e ministro da Economia

Agência France-Presse
postado em 15/09/2015 07:55
Berlim, Alemanha - A Europa "se cobriu de vergonha", afirmou nesta terça-feira (15/9) o vice-chanceler alemão Sigmar Gabriel, ao comentar o fracasso da reunião de ministros europeus do Interior da véspera, que não alcançou um acordo sobre as cotas de recepção de refugiados.

[SAIBAMAIS]"A Europa se cobriu mais uma vez de vergonha", disse Gabriel. "O que vimos na segunda-feira à noite ameaça mais a Europa do que a crise grega", completou. "E se não chegarmos a um acordo, as previsões orçamentárias europeias a médio prazo serão apenas vento", opinou Gabriel, vice-chanceler e ministro da Economia.



"A Alemanha não está disposta a ser na Europa, por assim dizer, o que paga", insistiu Gabriel. "Todos participam quando recebem dinheiro, mas não há ninguém quando se trata de assumir responsabilidades. Se isto continuar assim, este é o fim das condições de financiamento atuais", concluiu.

Mais cedo, o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizi;re, sugeriu a possibilidade de reduzir os fundos estruturais da União Europeia (UE) aos países que rejeitam o plano de cotas de distribuição de refugiados. "Devemos falar de meios de pressão", afirmou Maizi;re, um dia depois do fracasso da reunião de ministros do Interior da UE sobre a designação de cotas.

"Os países que rejeitam as cotas são países que recebem muitos fundos estruturais europeus", completou o ministro, que lamentou a "falta de solidariedade de uma minoria". "Me parece justo que recebam menos recursos financeiros da UE", disse Maizi;re em uma entrevista ao canal ZDF, ao apoiar a proposta neste sentido do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Na segunda-feira, os 28 Estados da UE não conseguiram chegar a um acordo sobre um plano de cotas obrigatórias por país para receber 120.000 refugiados. "Um determinado número de países não quer aderir a este processo de solidariedade", entre eles Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia, afirmou o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve.

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