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Turquia investiga grupo de comunicação Dogan por 'propaganda terrorista'

O grupo é acusado de ter publicado imagens não censuradas de soldados turcos abatidos durante os atentados recentes cometidos pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão

Agência France-Presse
postado em 15/09/2015 09:21
Ancara, Turquia - A justiça turca abriu uma investigação judicial por propaganda terrorista contra o grupo de meios de comunicação Dogan, proprietário do jornal Hurriyet e da rede de informação CNN-Turk, informou nesta terça-feira (15/9) a agência de notícias governamental Anatolia.

[SAIBAMAIS]O grupo é acusado de ter publicado imagens não censuradas de soldados turcos abatidos durante os atentados recentes cometidos pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), mas de não ter divulgado, pelo contrário, as fotografias de combatentes rebeldes mortos, afirma a agência.



Entre as outras acusações contra Dogan, a agência Anatolia cita igualmente a recente entrevista transmitida pela CNN-Turk de uma jovem militante do PKK.

A sede do Hurriyet em Istambul foi atacada duas vezes nos últimos dias por partidários do presidente islamita-conservador Recep Tayyip Erdogan. Os manifestantes acusam o jornal de ter deformado as declarações do chefe de Estado.

Desde sua chegada ao poder, em 2003, Erdogan atacou em várias ocasiões o grupo de imprensa Dogan. A dois meses das eleições legislativas antecipadas de 1 de novembro, o chefe de Estado é acusado por seus opositores de querer calar qualquer crítica contra seu regime.

Na segunda-feira, o diretor de publicações da revista Nokta foi interrogado e a sede do jornal foi inspecionada depois que ela publicou na primeira página de seu último número uma fotomontagem apresentando Erdogan fazendo um selfie diante do caixão de um soldado.

A Turquia está regularmente na mira das ONGs de defesa da liberdade de imprensa, que acusam seu governo de exercer pressões contra os jihadistas.

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