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Celebridades se mobilizam para impedir execução nos EUA

A atriz Susan Sarandon e o milionário Richard Branson inundaram o gabinete da governadora Mary de ligações a favor de Richard Glossip

Agência France-Presse
postado em 15/09/2015 17:53
Telefonemas e abaixo-assinados on-line: várias pessoas se mobilizaram em diferentes frentes, nesta terça-feira (15/9), nos Estados Unidos, entre elas a atriz Susan Sarandon e o milionário Richard Branson, para tentar impedir a execução de um condenado no corredor da morte na quarta-feira.

Apesar de alegar inocência há 20 anos, Richard Glossip deve receber a injeção letal amanhã, em Oklahoma. Diferentemente das execuções habituais, muitas pessoas estão convencidas de que ele é inocente.

Os pedidos de prorrogação da execução têm como alvo a governadora desse estado rural e conservador do sul dos EUA, a republicana Mary Fallin, que têm o poder de conceder uma condenação condicional de último minuto. Um abaixo-assinado já coletou mais de 230.000 assinaturas na Internet.

Glossip, de 52, foi declarado culpado de planejar, em 1997, o assassinato do proprietário de um hotel que ele administrava. Segundo a acusação, Glossip contratou Justin Sneed, de 19 anos, para cometer o crime. O jovem admitiu o homicídio.

As pessoas que apoiam Glossip denunciam o fato de que sua condenação teve como prova apenas o testemunho de Sneed. Ao se declarar culpado e acusar Gossip de ser o mandante, ele conseguiu negociar a prisão perpétua.

"Estou convencida, como tantos outros, de que Richard é inocente do crime que o enviou para o corredor da morte", afirmou Helen Prejean, uma freira católica americana conhecida por sua luta contra a pena de morte.

Nas últimas horas, a militante convocou o público a inundar o gabinete da governadora Mary de ligações. A atriz Susan Sarandon e o milionário Richard Branson também se envolveram.

"Se estudarmos o caso em detalhe, encontramos vários motivos para acreditar que Glossip não cometeu esse crime", escreveu o dono da Virgin, em uma coluna intitulada "Morto apesar do benefício da dúvida".

Determinar uma pena condicional "não seria mostrar fraqueza frente à criminalidade, mas firmeza na justiça", alegou.

Os advogados do condenado disseram ter apresentado novos elementos esta semana e exigem um prazo para que sejam examinados.

A defesa tentou, em várias ocasiões, questionar sem sucesso, na Suprema Corte, a legalidade da injeção letal.

Em 2014, a execução de um condenado em Oklahoma deflagrou grande polêmica sobre o uso da injeção letal. Ele ficou agonizando por 40 minutos, até finalmente morrer.

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