Nanterre, França - A viúva de Yasser Arafat apelou da decisão tomada pela justiça francesa em 1; de setembro, quando descartou a denúncia de "assassinato" do líder palestino por falta de provas, anunciaram nesta quinta-feira (17/9) os advogados de Suha Arafat à AFP.
"A investigação deve continuar, qualquer que seja o resultado", declarou Renaud Semerdjian, um dos advogados de Suha Arafat.
"Hoje, ninguém é capaz de explicar a morte de Yasser Arafat", completou o advogado da viúva do líder falecido em 11 de novembro de 2004, aos 75 anos, no hospital militar Percy de Clamart, perto de Paris, após uma brusca piora de seu estado de saúde quando estava em Ramallah, no território palestino.
Os três juízes consideraram que não haviam "provas suficientes" para determinar que o presidente da Autoridade Palestina "havia sido assassinado, envenenado com polônio 2010", informou a promotoria de Nanterre (oeste de Paris) em um comunicado divulgado em 2 de setembro.
Os advogados da viúva, Smerdijian e Francis Szpiner, entraram com um recurso de apelação desta sentença em 9 de setembro.
Em 2012, três juízes de Nanterre se encarregaram da investigação iniciada depois que a viúva de Arafat apresentou uma denúncia diante da suspeita de que poderia ter sido envenenado.
No mesmo ano, o caixão de Arafat foi aberto em Ramallah e três equipes de investigadores franceses, suíços e russos recolheram amostras do corpo do líder palestino para examiná-las.
Um centro da cidade suíça de Lausanne encontrou nas amostras de Arafat "níveis anormais de polônio", potente elemento radioativo.
Com esta substância radioativa muito tóxica foi assassinado em 2006 em Londres o ex-agente russo Alexandre Litvinenko.
Mas os especialistas franceses descobriram que a concentração de polônio e chumbo encontrados no túmulo de Arafat tinham origem "ambiental", havia explicado em abril a promotora de Nanterre, Catherine Denis, após receber as sentenças dos três juízes que investigavam o caso.