Roma, Itália - As autoridades italianas reagiram com indignação nesta sexta-feira ao fechamento inesperado por quase quatro horas do Coliseu e do Fórum Romano para uma reunião sindical, e anunciaram medidas para evitar danos ao turismo.
"A cultura não pode ser sequestrada. Hoje aprovaremos um decreto especial", ameaçou o chefe de governo da Itália, Matteo Renzi, ao anunciar uma lei que estabelece que os museus e sítios arqueológicos sejam considerados "serviços públicos essenciais", com uma regulamentação do direito de greve específico.
"Feriram a cidade", lamentou o prefeito de Roma, Ignazio Marino, comprometido em uma campanha de medidas para melhorar os serviços da capital após duras críticas recebidas tanto a nível nacional como internacional.
"O copo está cheio", escreveu em tom indignado o ministro da Cultura e Turismo, Dario Franceschini, que apoia a medida de Renzi.
A assembleia sindical dos funcionários do Coliseu - um dos monumentos mais visitados da Itália, que recebe 6 milhões de pessoas ao ano - provocou inúmeros protestos dos turistas, que não haviam sido informados sobre o fechamento.
Esta não é a primeira vez que empregados dos principais monumentos e sítios arqueológicos da Itália, como o de Pompeia, perto de Nápoles (sul), decidem fechar as portas por razões sindicais, impedindo a entrada dos visitantes.
"Já houve outras ocasiões em que sítios arqueológicos muito visitados de nosso país foram fechados para os visitantes de todo o mundo sem que nada fosse feito. Devemos respeitar nossos turistas", lamentou Bernab; Bocca, presidente da Associação Italiana de Hotéis e Turismo.
"Ninguém nos avisou antes. Este é meu último dia em Roma, e comprei as entradas para visitar o Coliseu esta manhã porque viajo à tarde. E agora isso, está fechado", reclamou a francesa Paule, procedente de Paris.
Além do Coliseu, estavam fechados os monumentos vizinhos a ele: o Fórum Romano, o Palatino e as termas de Diocleciano, o que gerou o caos no coração de Roma.
"Era uma assembleia legítima", rebateu Susanna Camusso, secretária-geral do maior sindicato do país, CGIL, que criticou a tendência atual de impedir qualquer protesto e "limitar a democracia".