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EUA acolherão mais refugiados e criticam Moscoy por apoio à Síria

"Prevemos receber 85.000, sendo pelo menos 10.000 da Síria, durante o próximo ano. E durante o ano fiscal seguinte (outubro de 2016 a outubro de 2017) chegaremos aos 100.000", declarou Kerry

Agência France-Presse
postado em 20/09/2015 17:24
Berlim, Alemanha - O governo dos Estados Unidos prevê receber em 2016 um total de 85.000 refugiados, incluindo 10.000 sírios, e outros 100.000 em 2017, anunciou neste domingo o secretário de Estado americano John Kerry durante uma visita a Berlim. Ele criticou Moscou por seu apoio ao regime sírio.

"Prevemos receber 85.000, sendo pelo menos 10.000 da Síria, durante o próximo ano. E durante o ano fiscal seguinte (outubro de 2016 a outubro de 2017) chegaremos aos 100.000", declarou Kerry à imprensa após um encontro com chefe da diplomacia da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier.

Kerry também elogiou o comportamento da Alemanha ao longo da crise migratória que atinge o continente europeu. Berlim espera receber entre 800.000 e 1 milhão de pedidos de asilo até o final do ano.

O chefe da diplomacia americana disse que seu país "gostaria de receber mais", mas se vê limitado por regulações de seguranças adotadas após os atentados do 11 de setembro de 2001 em Nova York.

"Após o 11/09 temos novas leis, a verificação de antecedentes leva muito tempo e não podemos encurtar caminhos", explicou, acrescentando que o medo da chegada de jihadistas ultrarradicais por esta via ocupa um lugar central no debate político norte-americano.

No ano fiscal que termina no dia 30 de setembro de 2015, a maior economia do mundo terá recebido 70.000 refugiados.


- ;Transição; na Síria -

Kerry também ressaltou que a resolução da guerra na Síria é essencial para solucionar a crise migratória na Europa, que vê chegar nos últimos meses centenas de milhares de pessoas que fogem do conflito e da miséria, entre eles muitos sírios "empurrados por um sentimento de desesperança".

Ele reforçou, portanto, que o apoio militar da Rússia ao regime de Bashar al Assad poderia agravar ainda mais a situação.

"Steinmeier e eu estamos de acordo que um apoio militar ao regime por parte da Rússia ou de qualquer outro país poderia atrair mais extremistas e fortalecer Assad, dificultando o caminho para uma solução ao conflito", destacou.

Os Estados Unidos lideram uma coalizão internacional que combate o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria.

Kerry insistiu novamente que não pode "haver uma solução sem uma transição no poder", o que implica necessariamente que Assad abandone o poder na Síria. No entanto, na véspera julgou que o calendário para a partida do presidente sírio é negociável.

No sábado, o secretário também afirmou que espera manter discussões militares com Moscou sobre o conflito sírio. O apoio militar russo aumentou nas últimas semanas, segundo Washington.

Por outro lado, Kerry demonstrou sua satisfação pela vontade de Moscou de concentrar seus esforços em combater o EI na Síria.

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