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Berlim ordena "testes extensivos" a todos os modelos a diesel da Volkswagen

Medida foi tomada após revelação de fraude nos controles de emissões poluentes

Agência France-Presse
postado em 21/09/2015 15:39
Medida foi tomada após revelação de fraude nos controles de emissões poluentes Berlim, Alemanha - O governo alemão ordenou "provas exaustivas" de todos os modelos a diesel da Volkswagen, após a revelação de fraude por parte do grupo sobre os controles de emissões poluentes - anunciou nesta segunda-feira (21/9) ao jornal Bild o ministro de Transportes Alexander Dobrindt. Graças a essa fraude, os veículos obtinham um certificado ecológico.

"Pedi ao Escritório Federal do Automóvel (KBA) realizar imediatamente testes específicos e exaustivos com os modelos a diesel da Volkswagen por parte de especialistas independentes", declarou Dobrindt ao jornal de maior tiragem da Europa.

O governo alemão havia criticado mais cedo a "fraude comprovada" às normas ambientais que a montadora alemã deveria cumprir nos Estados Unidos, e informou que serão realizados testes na Alemanha - mas sem especificar as modalidades.

"Estamos diante de um caso comprovado de fraude aos consumidores e de danos ambientais", comentou o secretário de Estado do Meio Ambiente, Jochen Flasbarth. "Exigimos que a Volkswagen preste esclarecimentos sobre a maneira como foram feitas estas manipulações e sua amplitude", afirmou.



Segundo as autoridades norte-americanas, 482.000 veículos das marcas Volkswagen e Audi fabricados entre 2009 e 2015 vendidos nos Estados Unidos foram equipados com um sofisticado software que permitiria reduzir suas emissões poluentes ao serem submetidos a um teste de poluição.

Orgulho da indústria alemã e líder mundial de vendas


A Volkswagen, abalada pelo escândalo dos veículos a diesel nos Estados Unidos, é uma indústria emblemática da Alemanha que comercializa doze marcas e se transformou em líder mundial de vendas, à frente da japonesa Toyota.

A empresa foi fundada em 1936 por Ferdinand Porsche, a fim de fabricar um "carro do povo" ("Volkswagen") a pedido de Adolf Hitler. Assim nasceu o popular "Fusca". Depois da Segunda Guerra Mundial, o grupo fabricou outro veículo mítico, a "kombi", e inicia sua expansão por aquisições.

A gigante de Wolfsburgo (norte), com um volume de negócios de 200 bilhões de euros no ano passado, parecia superar os desafios de 2015. A luta pelo poder no interior do grupo entre seu presidente, Martin Winterkorn, e o ex-presidente do Conselho de Vigilância, Ferdinand Pi;ch, foi concluída com a vitória do primeiro.

Apesar da queda das vendas na China, seu principal mercado, a Volkswagen conseguiu ultrapassar no primeiro semestre a Toyota do posto de número um do mundo, uma meta que se pretendia alcançar em 2018. De janeiro a junho, foram vendidos cinco milhões de veículos.

Essa mesma solidez, entretanto, não é sentida nos Estados Unidos e sua estratégia para se fortalecer no país corre o risco de ser comprometida pelo escândalo dos carros a diesel. Desde o início do ano, o mercado norte-americano representa 9,4% de suas vendas, em relação aos 34,5% na China e 41,2% na Europa.

Os motores diesel, promovidos como limpos e potentes, eram uma das suas principais formas de penetração nos Estados Unidos. Sua aposta era a de duplicar suas vendas anuais das marcas Audi e Volkswagen nos próximos três anos, até um milhão de unidades, graças sobretudo a uma nova SUV urbana, projetada especialmente para esse mercado.

A Volkswagen emprega cerca de 590.000 operários no mundo todo. Seu acionista majoritário (50,7%) é a holding Porsche SE, controlada em sua totalidade pelas famílias Porsche e Pi;ch, herdeiras do inventor do "Fusca", Ferdinand Porsche.

O estado da Baixa Saxônia possui 20% da Volkswagen, o que lhe confere um direito de veto sobre as decisões estratégicas.

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