Mundo

Exército entra na Capital e negocia com golpistas de Burkina Faso

O Estado-Maior das Forças Armadas espera que a rendição do RSP seja feita "sem disparos e derramamento de sangue"

Agência France-Presse
postado em 22/09/2015 08:21
Uagadugu, Burkina Faso - O Exército de Burkina Faso entrou sem resistência em Uagadugu na noite dessa segunda-feira (21/9), e negocia a rendição dos golpistas da guarda presidencial, que derrubaram na semana passada o presidente interino, Michel Kafando. "Todos os corpos (mobilizados para marchar sobre a capital) entraram em Uagadugu" durante a noite, declarou à Agência France Presse (AFP) o coronel Serge Alain Ouédraogo, vice-chefe da polícia nacional. "Agora é preciso obter a rendição do RSP (Regimento de Segurança Presidencial) sem disparos e derramamento de sangue". "Pedimos que deponham as armas".

[SAIBAMAIS]O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Pingrenoma Zagré, "convidou" os integrantes da RSP a deporem as armas e pediu ao resto do Exército evitar qualquer enfrentamento e "assegurar uma boa acolhida aos irmãos do RSP". O RSP, unidade de elite com 1.300 efetivos, tomou o poder acusando as autoridades de distorcer o período de transição ao excluir das eleições previstas para outubro os partidários do ex-presidente Blaise Compaoré, deposto, por sua vez, no ano passado.

Kafando "encontra-se na residência da França", anunciou na noite desta segunda-feira no Twitter o embaixador francês no país, Gilles Thibault. Os militares golpistas da guarda presidencial detiveram Kafando na quarta-feira (16/9) passada em plena reunião do conselho de ministros e anunciaram em seguida sua libertação após uma mediação dos Estados da África do Oeste. Desde então, estava em prisão domiciliar.

Diante da situação, o departamento de Estado dos EUA alertou os cidadãos americanos para que evitem viagens a Burkina Faso e aconselhou os que já estão no país a partir o mais cedo possível. As famílias do corpo diplomático e o pessoal da embaixada "não emergencial" devem abandonar Burkina Faso, destacou o departamento de Estado. "A embaixada dos Estados Unidos em Uagadugú funcionará com pessoal reduzido, mas prosseguirá com os serviços consulares de emergência aos cidadãos americanos".



Burkina Faso, país africano com 17 milhões de habitantes, encravado no coração da região do Sahel, viveu desde sua independência, em 1960, muitos golpes de Estado militares.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação