Agência France-Presse
postado em 22/09/2015 08:48
Moscou, Rússia - A Rússia condenou nessa segunda-feira (21/9) o bombardeio da véspera contra sua embaixada em Damasco e defendeu a adoção de "ações concretas" contra este "ato terrorista", enquanto envia 28 aviões de combate à Síria. Segundo funcionários americanos, os aparelhos - enviados à província síria de Latakia, posto avançado do presidente sírio, Bashar al Assad - são caças SU-24 e aviões de ataque SU-25.[SAIBAMAIS]Os aviões "têm a capacidade de realizar bombardeios, mas onde, quando e contra quem, ainda não sabemos", disse à AFP um dos funcionários consultados, que pediu para ter a identidade preservada. O ministério russo das Relações Exteriores fez um apelo a "ações concretas", após a queda no domingo de um foguete nos arredores de sua embaixada em Damasco, sem causar danos. "O foguete foi lançado do bairro de Jobar, dominado por grupos hostis ao governo sírio", acusou Moscou.
Ao considerar este bombardeio como um "ato terrorista", a chancelaria russa disse esperar "uma clara condenação de parte de toda a comunidade internacional, inclusive de atores regionais", e exigiu "ações, e não apenas palavras".
Horas antes do comunicado, o presidente russo, Vladimir Putin, abordou a situação na Síria com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que visitou Moscou acompanhado dos máximos líderes militares e de inteligência israelenses. "A política russa no Oriente Médio será sempre responsável", disse Putin, que garantiu que seu aliado sírio não atacará Israel. Segundo Netanyahu, "era muito importante vir aqui para esclarecer nossa posição e fazer todo o possível para evitar mal-entendidos entre nossas forças",
Netanyahu, que não tem o hábito de viajar ao exterior, disse que está determinado a deter as entregas de armas ao Hezbollah e acusou a Síria e o Irã de tentarem criar uma "segunda frente" contra Israel. De acordo com a imprensa israelense, o objetivo da visita de Netanyahu é evitar possíveis colisões de aviões russos e israelenses que poderiam sobrevoar a Síria, porque os militares do Estado hebreu temem que a presença russa na Síria dificulte uma possível resposta de Israel ao Irã, país acusado de armar o Hezbollah através do território sírio.
Washington acusa Moscou - um dos últimos aliados de Assad ; de enviar tropas, artilharia e aviões para a Síria e teme que a Rússia tenha a intenção de lutar ao lado das forças do regime. Os russos afirmam que o apoio à Síria é parte dos acordos vigentes. Moscou e Washington iniciaram contatos militares no sábado sobre o conflito, que provocou quase 250.000 mortes desde 2011.