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Estados Unidos esperam o papa com manifestações em Washington

Vítimas de abusos sexuais cometidos por sacerdotes pretendem se manifestar nesta terça-feira por ocasião da chegada do papa, alegando que a visita lhes faz recordar dos "sofrimentos" vividos

Agência France-Presse
postado em 22/09/2015 16:26
Washington - Um ônibus repleto de religiosas americanas, que haviam se afastado e que depois se reconciliaram com o Vaticano, devia chegar nesta terça-feira em Washington no final de uma viagem de 13 dias para reduzir o abismo entre ricos e pobres.

Veja os detalhes da visita do pontífice, que também irá a Nova York e Filadélfia (leste):

- Manifestação de freiras no Mall
"Reduzir o abismo: transformar a política" é o lema de religiosas que chegam nesta terça-feira a Washington depois de uma viagem de 13 dias desde o centro e norte dos Estados Unidos.

O périplo pelos Estados Unidos, que passou por Missouri, Kansas, Arkansas, Tennessee, Indiana, Ohio e Vigínia começou em 10 de setembro, motivado pela visita do papa, e seu chamado urgente a construir uma economia da inclusão em sua encíclica sobre o clima.



O grupo participará de uma manifestação na tarde da terça-feira no National Mall, a ampla esplanada que corta o centro de Washington. Trata-se da quarta viagem desde tipo organizada pelo grupo de pressão católica Network, fundado em 1972 por uma "transformação econômica e social".

- Greve e procissão dos funcionários do Capitólio
Os funcionários do Capitólio, o edifício que abriga o Congresso americano em Washington, estão em greve nesta terça-feira por reajustes salariais, aproveitando a visita do Papa "e sua mensagem por todos os trabalhadores pobres".

Unidos a responsáveis religiosos, estes trabalhadores pretendem se manifestar em "procissão religiosa" sobre o mesmo National Mall para pedir ao presidente Barack Obama e aos legisladores que "somem ação às palavras do papa".

Eles exigem um salário mínimo de 15 dólares por hora e a possibilidade de criar um sindicato. "Os funcionários que trabalham na cozinha e na limpeza dos poderosos e ricos senadores ganham tão pouco que dormem na rua, e dependem de um segundo trabalho para sobreviver", denunciam.

- Vítimas de abusos sexuais contam seu "sofrimento"
Vítimas de abusos sexuais cometidos por sacerdotes pretendem se manifestar nesta terça-feira por ocasião da chegada do papa, alegando que a visita lhes faz recordar dos "sofrimentos" vividos, informou o grupo Snap (Rede de Sobreviventes de Abusos por parte de Sacerdotes).

A popularidade de Francisco "esconde a violência sexual que ainda existe e ameniza a crise no centro da Igreja", afirma a entidade, que falou sobre centenas de suicídios devido a esses abusos. "Muitos entre nós se sentem abandonados pelos responsáveis da Igreja, e por isso a visita do papa será um momento duro".

- Início do encontro mundial das famílias católicas
O oitavo encontro mundial das famílias católicas, organizado pelo Conselho de Famílias do Vaticano, começa nesta terça-feira na Filadélfia (leste).

Cerca de 17 mil pessoas de uma centena de países são esperadas para "celebrar a família, santuário do amor e da vida", sob o lema "o amor é nossa missão: a família plenamente viva".

A agenda da cerimônia prevê uma missa de abertura e mais tarde um bispo deve abençoar simbolicamente uma reprodução da célebre escultura da Piedade.

A reunião "parece tomar uma posição conservadora", declarou em um comunicado Jen Girdish, porta-voz do grupo Catholics for Choice, em vista dos participantes e dos grupos de trabalho apresentados.

Girdish mencionou o conflito entre o arcebispo da Filadélfia, Charles Chaput, e a associação de famílias católicas homossexuais Equally Blessed Fmilies, que foi vetada neste evento e que decidiu se reunir em uma igreja metodista.

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