O custo de um remédio para infecções teve um aumento de 5455%: o preço de uma única pílula subiu de U$ 13,50 para U$ 750. A mudança radical no valor da medicação ocorreu depois que a patente do Daraprim, que já existe há 62 anos no mercado, foi comprada por uma nova companhia farmacêutica. No Brasil, uma caixa com 100 comprimidos de pirimetamina, o componente do remédio, custa menos de R$ 10. O custo de produção de cada comprimido é de U$ 1, segunda a BBC.
Associações de médicos e profissionais de saúde já protestam contra o aumento. A Infectious Diseases Society of America e a HIV Medicine Association afirmaram, em carta aberta à empresa, que o custo anual do tratamento com Daraprim chegaria a U$ 634 mil. ;Esse preço é injustificável para a população medicamente vulnerável que precisa do remédio, e insustentável para o sistema de saúde;, escreveram os grupos."
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Martin Shkreli, diretor da Turing Pharmaceuticals, defendeu a medida e afirmou que o dinheiro das vendas será usado para a pesquisa de novos tratamentos. A médica Wendy S. Armstrong rebateu, em entrevista para o The New York Times, os argumentos da empresa: segundo ela, o Daraprim é bem aceito por organismos, tem poucos efeitos colaterais; a comunidade médica não busca por alternativas para a pílula.
O remédio trata a toxoplasmose, que afeta pacientes com o sistema imune comprometido. O vírus HIV/Aids está entre os fatores de risco da doença. O Daraprim também é o tratamento indicado para malária.