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Talibãs controlam a metade da estratégica cidade afegã de Kunduz

Segundo informações, o grupo rebelde assumiu o controle da metade onde fica o hospital municipal

Agência France-Presse
postado em 28/09/2015 09:58
Forças policiais afegãs tomam posição para não perder controle da outra metade da cidade

Kunduz, Afeganistão -
Os rebeldes talibãs controlam a metade de Kunduz, cidade estratégica do norte afegão, depois de uma ofensiva lançada na madrugada desta segunda-feira (28/9), anunciou um porta-voz da polícia da província de Kunduz. É primeira vez que os talibãs entram em uma grande cidade afegã desde que foram derrubados em 2001 pela invasão liderada pelos Estados Unidos. O governo continua tendo o controle da outra metade da cidade, segundo a polícia.

[SAIBAMAIS]Um líder tribal disse que os rebeldes assumiram o controle de um dos distritos da cidade e outra fonte afirmou que sua casa estava a 100 metros da linha de frente. "Os talibãs controlam o hospital municipal de Kunduz, que tem 200 leitos", disse a segunda fonte. "Os talibãs tomaram o controle de nosso bairro, vejo os combatentes", disse uma terceira testemunha, um colaborador da Agência France Presse (AFP) na região.

O governo afegão negou a princípio que os talibãs tenham entrado em Kunduz e afirmou que as forças de segurança lutam contra os insurgentes nos arredores da cidade. "Os talibãs conseguiram entrar em um bairro de Kunduz, mas foram repelidos e sofreram importantes perdas", declarou à AFP Sayed Sarwar Hussaini, porta-voz da polícia da província de Kunduz.

Grupo rebelde controlou metade da cidade de Kunduz nesta segunda

A batalha de Kunduz é um quebra-cabeça para o governo de união nacional, que está no poder há apenas um ano. Os insurgentes islamitas, cada vez mais ativos na região norte do país, conseguiram em abril e junho deste ano chegar aos arredores de Kunduz. Nas duas ocasiões, no entanto, a polícia e o exército impediram a entrada na cidade, que fica a 100 km da fronteira com o Tadjiquistão.



O exército afegão não conta mais com o apoio das tropas estrangeiras da Otan, que encerrou sua missão de combate em dezembro do ano passado. Atualmente, a Aliança Atlântica mantém apenas 13.000 soldados dedicados às tarefas de treinamento e assessoria.

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