Agência France-Presse
postado em 30/09/2015 08:42
Nova Iorque, Estados Unidos - O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, denunciou a agressão da Rússia e advertiu o mundo sobre seu tom "conciliador", ao fazer um discurso diante da Assembleia Geral da ONU na terça-feira (29/9).[SAIBAMAIS]Em sua primeira intervenção em 10 anos diante da Assembleia Geral da ONU, o presidente russo, Vladimir Putin, convocou na segunda-feira (28/9) a criação de uma ampla coalizão para lutar contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) e se posicionou como interlocutor indispensável sobre a Síria.
"Escutamos declarações conciliadoras do lado russo nas quais especialmente foi convocada uma coalizão antiterrorista e foi mencionado o perigo de tentar flertar com os terroristas", disse Poroshenko. "Linda história, mas realmente difícil de acreditar", prosseguiu.
"Como pode convocar uma coalizão antiterrorista se inspira o terrorismo justamente em frente a nossa porta? Como pode falar de paz e legitimidade se sua política é a guerra através de governos-marionetes?", questionou o presidente ucraniano. "Como falar de liberdade para as nações quando penaliza seu vizinho por suas eleições? Como pode pedir respeito para todos se não respeita ninguém?", completou.
A crise ucraniana começou em novembro de 2013, quando o presidente Viktor Yanukovich se negou repentinamente a assinar um acordo de associação com a UE, para fazê-lo em seu lugar com Moscou. A decisão suscitou manifestações massivas pró-Europa em Kiev.
Após um banho de sangue na capital, onde dezenas de manifestantes morreram com disparos, Yanukovich caiu em 22 de fevereiro de 2014 e fugiu para a Rússia, deixando o poder para as forças pró-ocidentais. Dois meses depois, começou no leste do país um conflito armado entre o exército ucraniano e milicianos separatistas pró-russos, que deixou cerca de 8.000 mortos.
A Crimeia, que o líder soviético Nikita Jruschov transferiu à Ucrânia em 1954, foi anexada pela Rússia em março de 2014, depois de que as forças especiais russas a ocuparam e devido a um referendo de Kiev, que os países ocidentais consideraram como ilegal.