Agência France-Presse
postado em 01/10/2015 12:42
Ancara, Turquia - A Síria não pode ser forçada a escolher entre o presidente Bashar al-Assad e "grupos terroristas" como o grupo Estado Islâmico (EI), disse nesta quinta-feira (1/10) o presidente turco Tayyip Erdogan.Erdogan, que sempre rejeitou a ideia de colaborar com Assad para lutar contra o EI, dirigiu-se ao Parlamento turco após os ataques aéreos russos na Síria para apoiar o regime de Bashar al-Assad. "O povo sírio não pode ser deixado com a escolha entre um regime que os massacre e organizações terroristas", disse ele.
[SAIBAMAIS]O presidente sírio continua sendo a pedra no sapato da Turquia. Seu primeiro-ministro afirmou na segunda-feira em Nova York, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, que a Turquia está disposta a cooperar com todos os países, incluindo a Rússia, para encontrar uma saída para a crise na Síria que exclua seu presidente Bashar al-Assad e permita derrotar o grupo Estado Islâmico.
Em seu discurso desta quinta-feira, Erdogan absteve-se de fazer uma referência explícita às recentes ações da Rússia. Mas afirmou: "Espero que os recentes acontecimentos ajudem a resolver este problema que já dura quase cinco anos".
No entanto, seu ministro das Relações Exteriores expressou suas "sérias preocupações" com os ataques aéreos russos na Síria.
A Turquia acolheu 2,2 milhões de sírios desde o início da sangrenta guerra civil que devastou o país vizinho e gastou 7,5 bilhões de euros para este fim, muitas vezes acusando a União Europeia de não fazer o suficiente.
"Não temos o direito de deixar os nossos irmãos morrerem no Mediterrâneo ou tratá-los cruelmente nas fronteiras ou nas estações de trem como alguns países europeus fazem", disse Erdogan.