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Santos buscará negociar rápido 'cessar-fogo' bilateral com as Farc

Santos afirmou que sua passagem pelos Estados Unidos significou um "giro muito positivo para o país", após o compromisso com as Farc de fechar um acordo definitivo em um prazo de seis meses

Agência France-Presse
postado em 01/10/2015 19:33

Nova York, Estados Unidos - O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, afirmou nesta quinta-feira, em Nova York, que buscará negociar "o mais rapidamente possível" um "cessar-fogo bilateral" com as Farc, após as boas-vindas ao anúncio de seu líder, Timochenko, de "suspender" a formação militar da guerrilha.

"Acho que esta é uma medida muito bem vinda, é uma demonstração de que vamos no caminho certo e por isso devemos negociar o mais rapidamente possível o cessar-fogo bilateral", afirmou Santos, após se reunir com o secretário de Estado americano, John Kerry, à margem da Assembleia Geral da ONU.

O presidente fez alusão ao anúncio do líder máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Timochenko, de ordenar a suspensão do treinamento militar para passar à "formação política e cultural", em meio a um avançado processo de paz para terminar meio século de conflito na Colômbia.

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O presidente afirmou, por sua vez, que não falou com Kerry sobre a decisão de não extraditar membros das Farc aos Estados Unidos e assegurou que as autoridades deste país "entendem" ao governo colombiano com relação a este ponto do pacto sobre a justiça, acordado com a guerrilha na semana passada, em Havana.

"Não falamos disso. Eles entendem que eu não vou extraditar os membros das Farc porque então não faria nenhum sentido que se entregassem e entregassem suas armas", disse o presidente na porta da residência do embaixador colombiano na ONU, onde foi celebrado o encontro.

Santos afirmou que sua passagem pelos Estados Unidos significou um "giro muito positivo para o país", após o compromisso com as Farc de fechar um acordo definitivo em um prazo de seis meses antes de 23 de março de 2016, depois de mais de três anos de negociações em Cuba.

O governo Santos e as Farc, que surgiram de um levante camponês em 1964 e que conta com 7 mil combatentes segundo cifras oficiais, buscam acabar com um conflito interno que castiga a Colômbia há mais de cinco décadas.

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