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Ataques de grupos rebeldes no Iêmen deixam ao menos 15 pessoas mortas

O primeiro-ministro do Iêmen, Khaled Bahah, escapou ileso do ato terrorista

Agência France-Presse
postado em 06/10/2015 08:19
Ações foram realizadas por  milícias  huthis e das forças de Saleh

O governo do Iêmen e a coalizão árabe anti-rebeldes, que dizem ter pacificado Áden, sofreram nesta terça-feira um sério revés na cidade, palco de ataques reivindicados pelo grupo Estado Islâmico que deixaram 15 soldados mortos. O grupo EI reivindicou nesta terça-feira atentados suicidas contra um hotel e centros militares em Áden, no sul do Iêmen.

[SAIBAMAIS]Esta reivindicação, incluída em um comunicado on-line do EI, contradiz a versão dada pelas autoridades iemenitas e pela coalizão árabe, que anteriormente falaram de ataques com foguetes, e não suicidas, e atribuíram sua responsabilidade aos rebeldes huthis, apoiados pelo Irã.

Anteriormente, a agência oficial dos Emirados Árabes Unidos WAM havia afirmado que ataques com foguetes foram lançados contra um hotel de Áden, onde o primeiro-ministro, Khaled Bahah, e membros de seu governo se hospedavam, assim como contra instalações militares.

Bahah, que também é vice-presidente, "está em bom estado de saúde e não foi atingido", disse à AFP o ministro de Juventude e Esportes, Nayef al-Bakri.

Os ataques de "milícias criminais (rebeldes) huthis e das forças do (ex-presidente iemenita Ali Abdullah) Saleh mataram 15 soldados da coalizão e da resistência iemenita", escreveu a agência dos Emirados Árabes Unidos, um dos pilares da coalizão árabe sob mandato saudita.



Simultaneamente, outras duas instalações nas mãos da coalizão árabe-sunita foram atacadas por outros dois foguetes, segundo esta versão. Entre as vítimas há quatro militares dos Emirados, segundo fontes militares citadas pela WAM. Os Emirados já perderam 63 soldados no Iêmen desde o início da intervenção da coalizão, em março.

Estes ataques ilustram a insegurança persistente no sul do país, recuperado pelas forças governamentais no último verão (do hemisfério norte) ante os huthis. Autoridades do Golfo afirmaram na semana passada que Áden havia sido pacificada e estava segura, enquanto em outros lugares do país prosseguem os intensos combates entre forças governamentais e rebeldes.

Bahah e os membros de seu governo se instalaram em setembro em Áden após seis meses no exílio na Arábia Saudita. Mais tarde, em 23 de setembro, o presidente Abd Rabbo Mansur Hadi também retornou.

Áden e outras quatro províncias do sul foram tomadas dos rebeldes pelas forças governamentais e pelas tropas da coalizão árabe, que entraram no Iêmen para impedir que os huthis tomassem o controle de todo o país.

No total, mais de 1,4 milhão de pessoas foram deslocadas pela guerra no Iêmen. Desde o início do conflito, 2.355 civis morreram e 4.862 ficaram feridos, segundo o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, que pediu no início de setembro uma investigação internacional independente.

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