Mundo

Crânios humanos são encontrados no palácio presidencial de Cabul

A investigação se anuncia complexa em um país que vive há 35 anos um estado de guerra quase permanente

Agência France-Presse
postado em 06/10/2015 12:19
Dois crânios humanos e restos de ossos foram descobertos durante obras em um dos palácios do complexo presidencial afegão em Cabul, uma misteriosa descoberta que faz lembrar o trágico destino de alguns líderes e de suas famílias neste país.

"Os crânios e os ossos humanos" foram encontrados durante obras na cozinha de um palácio do complexo onde vive o presidente afegão Ashraf Ghani, um oásis separado do caos do trânsito da capital por suas muralhas de proteção imponentes e um jardim.

Para identificar os restos, Ghani ordenou a criação e um grupo composto por forenses, membros da comissão afegã dos direitos humanos e funcionários do ministério do Interior, explicou o palácio em um comunicado.

A investigação se anuncia complexa em um país que vive há 35 anos um estado de guerra quase permanente. Depois da luta contra o invasor soviético nos anos 80, a guerra civil nos anos 90 e o regime talibã (1996-2001), o país sofre há muito tempo uma insurreição islamita.



Muitos governantes afegãos pagaram com sua vida nesta história marcada pela guerra e pelos golpes de Estado. Foi o caso do presidente Najibullah, assassinado em 1996 pelos talibãs que colocaram o cadáver em um semáforo, para que a população observasse o corpo. Ele foi enterrado na província oriental de Paktia.

Um rito cujo presidente Daud Khan não teve direito, ao ser assassinado durante um golpe de Estado em 1978 junto com 18 familiares no palácio presidencial. Seu corpo foi identificado em 2008 em uma fossa comum com outras 15 vítimas da matança.

O presidente Daud havia chegado ao poder através de um golpe de Estado em 1973 ao derrubar seu primo, o rei Zaher Shah, para proclamar a República.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação