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França atinge alvos do Estado Islâmico pela segunda vez na Síria

Ministro da Defesa francês afirma que a ideia é combater possíveis ameaças de atentados pelos grupos terroristas

Agência France-Presse
postado em 09/10/2015 07:38
A França realizou na noite de quinta-feira (8/10) um segundo ataque aéreo contra o grupo Estado Islâmico (EI) em Raqa, no norte da Síria, anunciou o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian.

Caça Rafaele foi utilizado para os ataques aos grupos terroristas

"Dois (aviões) Rafale lançaram bombas contra um campo de treinamento (do EI). Os alvos foram atingidos", declarou Le Drian à rádio francesa Europe 1. "Irão ocorrer outros (ataques) contra os locais onde o Daesh (acrônimo em árabe do Estado Islâmico) se organiza para nos ameaçar", acrescentou o ministro da Defesa.

[SAIBAMAIS]Os dois aviões Rafale, que partiram dos Emirados Árabes Unidos com outros caças franceses de escolta, voltaram a atacar um centro de treinamento do EI em Raqa, reduto da organização jihadista e capital do califado proclamado nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria. Os aviões franceses já atacaram outras posições do EI em 27 de setembro.

"Sabemos que na Síria, e em particular nos arredores de Raqa, há centros de treinamento de combatentes estrangeiros cuja missão não é ir combater em nome do Daesh no Levante, mas vir à França, à Europa, para cometer atentados", acrescentou Le Drian.

O ministro lembrou que "o inimigo da França é o Daesh", e acusou, por outro lado, a Rússia de atingir em 80%-90% das vezes alvos na Síria que não correspondem a instalações do Estado Islâmico, com o objetivo de proteger, acima de tudo, o regime de Bashar al-Assad.

"As ações militares russas (realizadas) há uma dezena de dias não têm como alvo o Daesh, têm como prioridade (preservar) a segurança de Bashar al-Assad", declarou o ministro na rádio Europe 1.

A Rússia "considera que é preciso proteger Bashar. Nós consideramos que Bashar não forma parte da solução" ao conflito sírio, insistiu Le Drian. O ministro da Defesa também afirmou que o EI utiliza a população civil como escudo humano, tanto no Iraque quanto na Síria, o que complica a escolha dos alvos.



"O Daesh se organizou de tal forma que as crianças, as mulheres e os civis estão na linha de frente", disse. "Os responsáveis se escondem em escolas, mesquitas, hospitais, o que complica a ação da coalizão (internacional liderada pelos Estados Unidos), porque não queremos causar vítimas colaterais", acrescentou.

A França forma parte da coalizão liderada há mais de um ano pelos Estados Unidos, que desde então bombardeia pelo ar alvos do EI na Síria e no Iraque. No dia 30 de setembro, a Rússia, aliada de Assad, iniciou sua própria campanha aérea na Síria, dizendo querer combater o terrorismo.

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