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Mais 4 mortos na escalada da violência entre palestinos e israelenses

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu advertiu que Israel utilizará "todos os meios" disponíveis" ante a violência

Agência France-Presse
postado em 13/10/2015 13:03
Jerusalém, Israel - A violência entre palestinos e israelenses alcançou um novo patamar nesta terça-feira (13/10) com a morte de três israelenses em dois atentados em Jerusalém pela primeira vez desde o início da escalada que parece não poder ser interrompida. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu advertiu que Israel utilizará "todos os meios" disponíveis" ante a violência.

Estudante palestino é atingido por um coquetel Molotv durante confronto com israelenses

Discursando para o Parlamento, ele também alertou o presidente palestino Mahmoud Abbas que Israel o terá como responsável em caso de nova deterioração da situação.

[SAIBAMAIS]Na parte da manhã, pela primeira vez, dois palestinos abriram fogo em um ônibus de Jerusalém, fazendo dois mortos em um atentado, numa cidade que já está no limite, que fará relembrar as Intifadas de 1987 e 2000, quando os transportes públicos eram os alvos privilegiados.

A tensão é latente na Cisjordânia ocupada, onde os palestinos foram chamados "a um dia de cólera" e onde novos confrontos opuseram centenas de jovens armados com pedras e soldados israelenses em Bet El, perto de Ramallah, Qalandiya e Belém. Um palestino foi morto nos confrontos, segundo fontes médicas.

Na Faixa de Gaza, cerca de mil jovens lançaram pedras e artefatos incendiários contra a passagem de Erez, espécie de fortaleza israelense no muro de segurança que fecha o território palestino. Nove jovens palestinos foram mortos por israelenses na sexta-feira e sábado em confrontos similares.

Ao menos 15 palestinos ficaram feridos nesta terça-feira por tiros israelenses, segundo fontes palestinas.

Fórmula mágica
As autoridades israelenses e palestinas são incapazes de parar um movimento de jovens que parece fora de controle e que a cada morte palestina parece se fortalecer. Uma juventude que nascida tendo apenas como horizonte o muro de separação que aprisiona a Cisjordânia, exposta às humilhações da ocupação e colonização, expressa um ressentimento alimentado pelas redes sociais.

"Não existe uma fórmula mágica. As duas intifadas anteriores levou dias, semanas e até anos. Espero que desta vez seja mais rápido", confessou o ministro israelense da Energia, Yuval Steinitz, aliado próximo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Por sua vez, a liderança palestina anunciou que irá entrar com ações na justiça internacional contra as forças israelenses pelas mortes de supostos autores de atentados, que seriam "execuções extrajudiciais".

Dois dos três autores dos atentados desta terça-feira foram mortos, enquanto um outro foi ferido a tiros.

Dois palestinos, um deles armado com uma pistola, e o outro com duas facas, invadiram um ônibus no bairro judeu de Armon Hanatziv, em Jerusalém Oriental, segundo Rosenfeld, que relatou dois mortos, incluindo um homem de 60 anos de idade. Três outros passageiros também ficaram feridos.

Trinta tiros
"Eu ouvi vinte ou trinta tiros entre a polícia e os terroristas", testemunhou um habitante local.

Minutos depois, um palestino dirigiu seu carro contra pedestres que estavam em um ponto de ônibus em um bairro ultra-ortodoxo de Jerusalém Ocidental, matando uma pessoa e ferindo levemente uma outra.

Imagens de câmeras de segurança mostram o condutor saindo do carro e atancado ao menos uma pessoa, antes de ser imobilizado por agentes da segurança. Ele morreu pouco depois pelos ferimentos causados pela polícia. Um total de dez pessoas ficaram feridas nos dois ataques, de acordo com os serviços de resgate.

A organização islamita Hamas elogiou as "operações heróicas" que mostram que a "intifada está se intensificando", segundo seu porta-voz Sami Abu Zuhri.

No início da manhã, um palestino feriu quatro pessoas, uma delas gravemente, em Ra;anana, ao norte de Tel Aviv, em um ataque com faca. O agressor foi detido pela polícia.



A violência que abala a Cisjordânia e Jerusalém há meses e que se amplificou com a morte de dois colonos na Cisjordânia em 1; de outubro, já matou sete israelenses e mais de 25 palestinos.

Agitação tomou a comunidade de árabes israelenses (17,5% da população), esses descendentes de palestinos que permaneceram em Israel depois de 1948 e que são cidadãos israelenses e amplamente solidários aos Territórios Palestinos.

Eles foram chamados para uma greve geral nesta terça-feira em um clima de crescente desconfiança entre as diferentes comunidades.

Neste contexto, o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, apelou Riad a fazer "gestos para reduzir a tensão".

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