Agência France-Presse
postado em 13/10/2015 13:15
Roma, Itália - A FAO defendeu a ampliação de programas de cobertura social como arma eficaz para escapar da pobreza e da "armadilha da fome", em um relatório apresentado nesta terça-feira em Roma.[SAIBAMAIS]A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) destaca que o número de pessoas que vivem em condições de pobreza extrema (com menos de 1,25 dólar por dia) caiu substancialmente nos últimos anos, mas que ainda há muitos bolsões de miséria no planeta.
Isso ocorre principalmente "nas zonas rurais do mundo que ainda não contam com nenhum tipo de cobertura" social, explica o relatório sobre "O estado mundial da agricultura e da alimentação 2015".
Os programas sociais já ajudam 2,1 bilhões de pessoas nos países em desenvolvimento. Mas "apenas cerca de um terço das pessoas mais pobres do mundo estão cobertas por algum tipo de proteção social", explica.
A Ásia meridional e a África subsaariana, "as regiões com maior incidência da pobreza extrema", também são as que têm os menores índices de cobertura social. Por isso é preciso "ampliar estes programas nas zonas rurais e vinculá-los às políticas de crescimento agrícola", afirma o documento.
"É urgente que atuemos para apoiar as pessoas mais vulneráveis com o objetivo de libertar o mundo da fome", declarou no relatório o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva. "Os programas de proteção social permitem que as famílias tenham acesso a mais alimentos, frequentemente aumentando os que elas mesmas cultivam, e fazendo também com que suas dietas sejam mais variadas e saudáveis", acrescentou.
"Sem esta ajuda, muitas pessoas pobres e vulneráveis não terão jamais a oportunidade de sair da armadilha da pobreza, na qual a fome, a doença e a falta de educação perpetuam a pobreza para as gerações futuras", afirma a FAO. O informe sustenta que "todos os países, incluindo os mais pobres, podem se permitir algum tipo de programa de proteção social".
E avalia que bastaria um suplemento de 67 bilhões de dólares - menos de 0,10% do PIB mundial -, para "poder erradicar a fome em 2030".