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Nova-iorquinos mais pobres vivem 11 anos a menos que os mais ricos

Entre os indicadores reunidos estão alguns dados sanitários tradicionais, como tabagismo, obesidade, diabetes e uso de drogas, qualidade de moradia, contaminação ambiental e meio ambiente do comércio.

Agência France-Presse
postado em 14/10/2015 17:33
Entre os indicadores reunidos estão alguns dados sanitários tradicionais, como tabagismo, obesidade, diabetes e uso de drogas, qualidade de moradia, contaminação ambiental e meio ambiente do comércio.
Nova York, Estados Unidos -
Nova York é a cidade das desigualdades e a expectativa de vida entre um bairro pobre do Brooklyn (sudeste) e o rico distrito financeiro de Manhattan é nada menos que 11 anos, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (14/10) pela Prefeitura.

O Departamento de Saúde apresentou em um evento no Brooklyn os primeiros 18 perfis sanitários comunitários de um total de 59 da cidade, com indicadores que tentam chamar atenção para as desigualdades da Grande Maçã e buscar melhorias na qualidade de vida de seus cidadãos.

Entre os perfis do Brooklyn (um dos cinco distritos de Nova York junto com Manhattan, Bronx, Queens e Staten Island), está o de Brownsville, com uma população de maioria negra (76%) e uma das expectativas de vida mais baixas da cidade, de 74,1%, mais de 11 anos a menos que o distrito financeiro de Manhattan (85,4 anos).



Estes perfis sanitários foram criados em 2003, atualizados somente em 2006 e pela primeira vez em 10 anos são revistos e aperfeiçoados com a introdução de novos dados que buscam oferecer uma melhor visão da situação.

Entre os indicadores reunidos estão alguns dados sanitários tradicionais, como tabagismo, obesidade, diabetes e uso de drogas, mas também outros que influenciam na saúde e não foram incluídos até hoje, como qualidade de moradia, contaminação ambiental e meio ambiente do comércio.

"Os resultados sanitários ruins se reúnem em lugares em que vivem os negros e em que muitos residentes vivem na pobreza", disse a comissária de saúde Mary Bassett.

"Isso não se deve ao fato de que os residentes de Brownsville morrem de doenças incomuns, mas sim porque morrem das mesmas doenças - em sua maioria problemas de coração e câncer - mas em uma idade mais nova e em maiores porcentagens", acrescentou.

Em Brownsville, com uma população de 86.377 personas, mais de 25% dos adultos não completou o ensino secundário, a metade dos residentes gasta mais de 30% de sua renda mensal com aluguel e cerca de 40% vive abaixo da linha de pobreza federal, elementos que têm impacto sobre a saúde.

Em termos de resultados sanitários, o bairro tem um índice de novos casos de HIV de mais que o dobro da cidade (66 para cada 100.000 habitantes, contra 30,4 em Nova York), e uma taxa de hospitalização psiquiátrica de adultos que também supera em mais de 100% a cidade (1.727 em 100.000 adultos, contra 684).

Outros bairros de Manhattan e alguns do Queens seguem o distrito financeiro como os de maior expectativa de vida de Nova York, enquanto outras três zonas do Brooklyn e várias do Bronx estão junto a Brownsville na parte mais baixa da escala.

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