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Blindado americano invade hospital da MSF bombardeado no Afeganistão

Soldados alegam que fizeram isso para iniciar as investigações sobre o ataque ocorrido no local em 3 de outubro

Agência France-Presse
postado em 16/10/2015 08:15
Blindado americano parada em frente ao hospital dos Médicos Sem Fronteira no Afeganistão

Kunduz, Afeganistão -
Um veículo militar americano entrou à força na quinta-feira (15/10) no hospital da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) de Kunduz, norte do Afeganistão, bombardeado há duas semanas pelas forças dos Estados Unidos, denunciou a ONG. A MSF expressou irritação e lamentou a possível destruição de provas do bombardeio americano, que matou pelo menos 24 pessoas.

[SAIBAMAIS]O blindado forçou a passagem na quinta-feira à tarde e danificou a porta de entrada, aparentemente sem saber que diretores da MSF estavam no local, incluindo seu diretor no Afeganistão, Guilhem Molinie.

A delegação americana que estava no veículo iniciou uma negociação com a equipe da MSF, alegando que estava autorizada a entrar no hospital como parte da investigação conjunta entre Estados Unidos e Afeganistão sobre o bombardeio de 3 de outubro.

Após uma hora e meia de discussões, os soldados americanos foram autorizados a entrar, mas sem as armas, no edifício parcialmente destruído e que não funciona mais desde o ataque.

Uma porta-voz da ONG confirmou à AFP a intrusão americana, que aconteceu, segundo a mesma fonte, "apesar de um acordo que estipula que a MSF deve ser informada antes de cada nova etapa da investigação".

"Esta intrusão não anunciada e à força danificou o edifício, destruiu possíveis provas e gerou estresse e medo na equipe da MSF", disse a porta-voz.

"Nos informaram sobre o incidente e estamos investigando o ocorrido", disse à AFP uma fonte da força da Otan no Afeganistão, que é liderada pelos Estados Unidos.



A MSF exigiu uma investigação independente sobre o bombardeio do hospital de Kunduz, o único que realizava cirurgias de emergência nesta área do norte do Afeganistão. O ataque matou 14 funcionários e 10 pacientes.

Outras nove pessoas continuam desaparecidas.

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