Agência France-Presse
postado em 22/10/2015 10:07
Liubliana, Eslovênia - O comissário europeu de Migração, o grego Dimitris Avramopoulos, desembarca nesta quinta-feira (21/10) na Eslovênia para avaliar as necessidades do pequeno país dos Bálcãs, que recebe milhares de migrantes a cada dia. Depois que a Hungria construiu barreiras para impedir a passagem dos refugiados, a Eslovênia se tornou, ao lado da Sérvia e da Croácia, um dos principais países de passagem para os migrantes que desejam chegar ao norte da Europa.
[SAIBAMAIS]A polícia eslovena anunciou nesta quinta-feira que 12.676 migrantes entraram no país nas últimas 24 horas, um recorde que supera inclusive os números registrados na Hungria durante setembro. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reconheceu os "enormes problemas" para um Estado de apenas dois milhões de habitantes, porta de entrada do espaço Schengen.
Desde sábado, quando a Hungria decidiu fechar a fronteira com a Croácia, quase 34.000 migrantes entraram na Eslovênia e 10.000 deles estavam nesta quinta-feira em centros de recepção, à espera da possibilidade de atravessar a fronteira com a Áustria.
Os chefes de Estado e de Governo da Alemanha, Áustria, Bulgária, Croácia, Eslovênia, Grécia, Hungria e Romênia se reunirão no domingo com os colegas da Macedônia e Sérvia, países que não integram a União Europeia (UE), para examinar a situação de emergência nos Bálcãs.
A Europa tenta encontrar uma resposta comum para conter a maior crise de refugiados desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Mais de 600.000 migrantes, muitos deles em fuga da violência na Síria, Iraque e Afeganistão, realizaram uma viagem repleta de obstáculos para a Europa no decorrer do ano, segundo a ONU.
Muitas pessoas que passam pelos Bálcãs desejam seguir viagem até a Alemanha, a maior economia da UE, que prevê a chegada de um milhão de solicitantes de asilo em 2015. A Suécia anunciou nesta quinta-feira a estimativa de 190.000 demandantes de asilo este ano, um número que supera a capacidade de recepção do país, que não tem alojamento para 45.000 dos recém-chegados.
O país escandinavo, de 9,8 milhões de habitantes, é um dos destinos preferidos dos refugiados por sua generosa política de asilo e de bem-estar social.