Agência France-Presse
postado em 26/10/2015 21:32
Paris - A França prepara uma reunião sobre a Síria nesta terça, em Paris, para a qual conta com os "principais parceiros regionais", anunciou nesta segunda-feira um porta-voz do Quai d;Orsay (ministério das Relações Exteriores francês), enquanto os Estados Unidos anunciaram diálogos com os mesmos protagonistas após o encontro parisiense."Trabalhamos na organização de uma nova reunião junto com os principais parceiros regionais, nesta terça-feira, em Paris", declarou o representante da diplomacia francesa, Romain Nadal, sem informar os detalhes da mesma em um anúncio à imprensa pela internet.
O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, tinha anunciado na sexta-feira a intenção de reunir vários de seus colegas, ocidentais e árabes, para tratar da crise síria.
Mais cedo, o Departamento de Estado anunciou, em Washington, que os Estados Unidos estavam negociando com a Rússia e outras potências a realização de uma nova rodada internacional de discussões sobre a crise na Síria.
"Precisamos de um plano para uma transição política que possa funcionar", informou o porta-voz John Kirby. No entanto, não há datas, nem lista de participantes confirmadas e o Departamento de Estado admitiu que a situação é complexa e que as conversações podem se prolongar.
"Parecia que não tivéssemos urgência" ao alcançá-lo, destacou Kirby.
Segundo Kirby, o secretário de Estado americano, John Kerry, falou por telefone com seu colega russo, Sergei Lavrov, sobre o plano de gerar um diálogo mais amplo que permita pôr um fim à guerra civil síria.
"Falou-se da próxima rodada de conversações e das expectativas de cada um para esta região e as reuniões futuras", assegurou Kirby.
Kerry, Lavrov e seus colegas da Arábia Saudita da Turquia se reuniram na semana passada, em Viena, para discutir o conflito, após o que indicaram que novas conversações estavam no horizonte.
Nem Moscou, nem Washington anunciaram publicamente uma data ou local para a próxima rodada de conversações, que pode inclusive ser na sexta-feira desta semana.
"Trata-se de alcançar juntos uma atitude consensual de como seria uma transição política efetiva na Síria", concluiu Kirby.
O conflito sírio, uma guerra interna complexa entre forças do regime de Bashar Al Assad, jihadistas da Al Qaeda, do grupo Estado Islâmico (EI) e curdos no norte do país, já deixou 240 mil mortos em quatro anos e meio.
Os Estados Unidos e sua coalizão internacional contra o EI lançam desde agosto de 2014 uma campanha de bombardeios na Síria. A Rússia lançou recentemente sua própria campanha de ataques, mas as potências ocidentais denunciaram que na verdade atacaram posições de opositores ao seu aliado, Assad.