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Venezuela e Farc podem dar início a trégua em 16 de dezembro

A trégua bilateral começará se forem acertados os termos em negociação

Agência France-Presse
postado em 29/10/2015 14:43
Bogotá, Colômbia - O governo da Colômbia e a guerrilha das Farc poderão decretar uma trégua bilateral a partir do próximo dia 16 de dezembro se forem acertados os termos para por fim ao conflito de mais de meio século.

"Ontem (28/10) um dos membros do secretariado (das Farc, cúpula) disse que por que não deveria ser 16 de dezembro. Pronto! Que seja em 16 de dezembro. Quanto antes, melhor, porque mais vidas vamos poupar", declarou o presidente Juan Manuel Santos falando a uma rádio local.

Na véspera, Santos propôs uma trégua bilateral às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que entraria em vigor a partir de 1; de janeiro de 2016.

"Façamos esse esforço para que, de agora até 31 de dezembro, possamos chegar ao ;fim do conflito; e, assim, possamos decretar um cessar-fogo bilateral e verificável internacionalmente a partir de 1; de janeiro", disse Santos, na Casa de Nariño.



Segundo o presidente, essa trégua bilateral, pedida pelas Farc desde o início do processo de paz, depende dos avanços no ponto da agenda chamado "fim do conflito", que inclui o abandono das armas por parte dos guerrilheiros.

O anúncio foi feito no âmbito dos diálogos de paz com as Farc, com mediação de Cuba, e que avançam sem ainda ter obtido um cessar-fogo no terreno.

As Farc são a principal e mais antiga guerrilha do país. Com cerca de sete mil combatentes, segundo números oficiais, a guerrilha iniciou uma trégua unilateral a partir de 20 de julho passado. A esse movimento, o governo respondeu com uma suspensão dos bombardeios, o que não inclui, porém, o fim das operações militares antiguerrilha em solo.

[SAIBAMAIS] No processo de paz de Havana, em curso há quase três anos, o governo colombiano e as Farc chegaram a consensos sobre desenvolvimento rural, participação política e solução para o problema das drogas ilícitas.

Atualmente, o debate é sobre o tema de verdade, justiça e indenização às vítimas desse conflito armado que se arrasta por mais de 50 anos. Nessas discussões, chegou-se a um acordo parcial sobre o sensível tema da justiça transicional para quem entregar as armas e sobre a busca dos milhares de desaparecidos.

Já o cessar-fogo bilateral é considerado "um tema avançado", segundo o chefe da delegação de paz do governo em Cuba, Humberto de la Calle.

Agora, em Cuba, uma subcomissão discute características técnicas para implementar a trégua bilateral, em paralelo ao avanço do espinhoso ponto sobre vítimas.

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