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Farc critica presidente colombiano por oferecer trégua e matar rebeldes

O processo de paz com as Farc avança desde novembro de 2012 sem um cessar-fogo bilateral no terreno, algo largamente reclamado pela guerrilha

Agência France-Presse
postado em 29/10/2015 19:45

Bogotá, Colômbia - O líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Timoleón Jiménez, criticou nesta quinta-feira o presidente Juan Manuel Santos por oferecer uma trégua bilateral à guerrilha enquanto segue matando rebeldes na Colômbia.

"Intensificar as operações tem por objetivo que o cessar-fogo bilateral chegue ao menor número possível de guerrilheiros e guerrilheiras das Farc vivos?" - perguntou Timoleón Jiménez a Santos em sua conta no Twitter.

Na quarta-feira, após informar a morte de quatro rebeldes em uma operação militar, Santos propôs às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) um cessar-fogo bilateral a partir de 1; de janeiro de 2016, proposta que reafirmou na manhã desta quinta.

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"Ontem, um dos membros do Secretariado (Rodrigo Granda) perguntou por que não era 16 de dezembro?! Certo! Que seja 16 de dezembro. Quanto mais rápido, melhor, porque mais vidas vamos poupar", declarou Santos em um programa de rádio local.

Rodrigo Londoño, conhecido por seus nomes de guerra Timoleón Jiménez e Timochenko, criticou ainda que o governo prossiga combatendo as Farc diante da "possibilidade" de um acordo de paz.

"Diante da eventualidade de uma trégua bilateral, para que infiltrar agentes que matam guerrilheiros dormindo?" - questionou Santos no Twitter.

Em outro tuíte, o líder guerrilheiro questiona o presidente sobre o "sentido da ofensiva midiática e dos panfletos lançados de aviões incitando à deserção" dos rebeldes.

O processo de paz com as Farc avança desde novembro de 2012 sem um cessar-fogo bilateral no terreno, algo largamente reclamado pela guerrilha, mas rejeitado por Santos por considerar que fortaleceria os rebeldes.

Desde julho, as Farc observam uma trégua unilateral para "desescalar" o conflito, e o governo respondeu com a suspensão dos bombardeios contra os rebeldes, mas sem interromper as atividades contrainsurgentes em terra.

A morte dos quatro guerrilheiros ocorre após o encontro histórico, em Havana, entre Santos e Timochenko, que se comprometeram - há pouco mais de um mês - a selar a paz definitiva até 23 de março de 2016.

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