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Rússia afirma ter atacado alvos na Síria com apoio da oposição

Segundo o general Kartapolov, a aviação russa já realizou 1.631 missões na Síria, bombardeando 2.084 objetivos desde o início de sua intervenção, no dia 30 de setembro

Agência France-Presse
postado em 04/11/2015 08:25
As forças russas anunciaram nesta terça-feira (4/11) que bombardearam, pela primeira vez, "objetivos terroristas" na Síria graças a informações fornecidas por "representantes da oposição". "Criamos um grupo de coordenação (...) cuja composição não pode ser revelada", declarou o chefe de operações militares russas na Síria, general Andrei Kartapolov.

Esta "estreita cooperação" permite unificar os esforços do Exército leal ao presidente Bashar al Assad com as "forças patrióticas sírias", que estiveram no passado nas fileiras da oposição, acrescentou o general. "Estas forças patrióticas, que lutaram durante quatro anos contra as forças governamentais, colocaram a preservação de um Estado soberano e unido acima de suas ambições políticas", disse Kartapolov.

O general russo não precisou se estas "forças patrióticas" são o Exército Sírio Livre ou qualquer outro grupo rebelde, a oposição no exílio ou a tolerada por Damasco. Graças às "coordenadas" informadas pelos opositores, 12 aviões russos bombardearam 24 objetivos nas regiões de Palmira, Deir Ezzor, Ithriya e a leste de Aleppo, alcançando especialmente um "centro de comando" do grupo Estado Islâmico (EI).



Segundo o general Kartapolov, a aviação russa já realizou 1.631 missões na Síria, bombardeando 2.084 objetivos desde o início de sua intervenção, no dia 30 de setembro. O general Kartapolov afirmou que 52 campos de treinamento, 155 depósitos de munições e 40 oficinas de fabricação de foguetes e minas foram destruídos, o que contribuiu para "desorganizar por muito tempo a organização e o abastecimento dos terroristas".

A Rússia afirma atacar exclusivamente posições do EI e de outros grupos "terroristas" a pedido de Damasco, mas Washington e seus aliados denunciam que as ações de Moscou visam a salvar o regime de Bashar al-Assad com ações contra grupos opositores.

Nesta terça-feira, 13 combatentes do EI e 10 civis morreram em ataques contra a cidade de Raqa, capital do grupo jihadista no nordeste da Síria, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Os bombardeios aéreos mataram 10 civis em Aleppo, cidade do norte do país dividida entre tropas do governo e grupos rebeldes, segundo o OSDH.

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