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Kirchner ataca opositor por críticas aos movimentos de direitos humanos

Macri, candidato conservador, declarou que se for eleito presidente, "acabarão os 'negócios sujos' dos direitos humanos"

Agência France-Presse
postado em 06/11/2015 19:47

Buenos Aires, Argentina - A presidente argentina, Cristina Kirchner, entrou nesta sexta-feira totalmente na campanha para o segundo turno das eleições, em 22 de novembro, ao criticar o candidato da oposição, Mauricio Macri, por ter dito que os direitos humanos são um "negócio sujo".

"Alguém (referindo-se a Macri) disse que os direitos humanos são um ;negócio sujo;. ;Negócio sujo; foi o que os grupos econômicos fizeram quando se aliaram à ditadura e enriqueceram, quando desapareceram 30.000 argentinos para impor seu plano econômico", disse Kirchner em discurso no Centro de Tecnologia de Buenos Aires.

Kirchner, sentada ao lado do candidato do governo, Daniel Scioli, a quem abraçou no final do discurso, defendeu a política do governo para o desenvolvimento da ciência, o que permitiu "construir um banco de dados genético para encontrar os netos roubados".

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Nesse momento do comício, acenou das arquibancadas Giovanola Delia, uma das fundadoras da Avós da Plaza de Mayo, que na quinta-feira conseguiu a restituição da identidade de seu neto, o 118 da organização humanitária. A organização estima que 500 bebês foram roubados durante a repressão.

Após os testes que verificaram sua filiação sangue, Martin Ogando Montesano, filho de um casamento sequestrado e desaparecido pelos militares, telefonou para Giovanola e disse: "Oi vovó, eu sou seu neto".

Macri, candidato conservador, declarou que se for eleito presidente, "acabarão os ;negócios sujos; dos direitos humanos".

A campanha governista argumenta que Macri, um empresário magnata, está ligado a setores que apoiaram o regime militar e depois o presidente peronista neoliberal Carlos Menem (1983-89).

As eleições marcam o final de um ciclo de 12 anos de kirchnerismo (peronistas de centro-esquerda) no poder, iniciado pelo falecido marido da chefe de Estado e ex-presidente Néstor Kirchner.

A presidente também atacou Macri por ter denunciado uma "campanha suja" do governo, gerando temores entre trabalhadores de que poderiam ficar desempregados e iniciar aberturas comerciais e cambiais.

"Campanha ;esgoto;, eu diria. Me publicaram mais de 30 panfletos que têm a ver com minha condição de ser mulher e não como o governo. Eles dizem que eu sou bipolar...que dirá os panfletos degradantes, onde eu fingia orgasmos para o poder", denunciou a presidente.

Kirchner anunciou a expansão do Polo, que permitiu repatriar centenas de cientistas e o lançamento nesta sexta-feira do primeiro navio-laboratório em águas territoriais, além do recente lançamento de dois satélites de fabricação nacional.

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