Agência France-Presse
postado em 09/11/2015 13:27
Sharm el-Sheikh, Egito - Cairo reforçou a segurança em Sharm El Sheikh, enquanto turistas russos e britânicos continuavam abandonando o principal balneário do Egito, onde a polícia matou um líder do braço local do grupo Estado Islâmico (EI).Em Sharm el-Sheikh, de onde decolou em 31 de outubro o avião russo com 224 pessoas a bordo, em sua maioria russos, centenas de turistas esperavam no aeroporto para voltar para casa em aviões fretados por Moscou e Londres.
A segurança foi reforçada na entrada do aeroporto, onde todos os veículos são cuidadosamente revistados. E perto de algumas praias, os policiais pareciam superar em número os turistas.
"Há câmeras em todos os lugares e policiais à paisana para garantir a segurança dos turistas em Sharm", resumiu um oficial na entrada de Naama Bay, um dos centros comerciais e de lazer mais movimentados do local.
Os grandes hotéis do principal resort egípcio se esvaziam gradualmente de seus ocupantes a medida que avançam as operações de repatriamento.
Moscou anunciou que 25 mil de seus cidadãos já foram repatriados, dos cerca de 80.000 turistas russos identificados em Sharm e nos balneários do Mar Vermelho depois da queda do avião.
Por sua vez, Londres garantiu que já recuperou 5.000 dos quase 20 mil turistas britânicos presentes no Mar Vermelho depois da tragédia.
[SAIBAMAIS] Cairo parece não querer reconhecer que foi uma bomba que explodiu o avião em pleno voo, como estão convencidos capitais ocidentais e especialistas. O governo egípcio voltou a repetir que não pode tirar qualquer conclusão definitiva antes do final da investigação.
Mesmo a Rússia parece privilegiar a pista terrorista sobre a queda de seu avião. Moscou não apenas proibiu os voos comerciais com destino a Sharm, mas para todo o Egito.
A Rússia se tornou um alvo prioritário para o EI desde que iniciou em outubro bombardeios aéreos na Síria em apoio ao regime de Bashar al-Assad contra os rebeldes e os jihadistas.
Nesta segunda (9/11), Cairo anunciou que a polícia matou um dos principais dirigentes do braço egípcio do EI na capital.
Ashraf Ali Ali Hasanein al Gharabli, considerado um dos terroristas mais perigosos da facção local do EI, teria morrido em um tiroteio quando a polícia tentava prendê-lo na capital egípcia, segundo informa um comunicado oficial.
Hassanein era um dos membros mais procurados da facção egípcia do EI, a Província do Sinai do Estado Islâmico, que antes se chamava Ansar Be;t al-Maqdess.
Além de organizar atentados contra as forças de segurança, Hassanein era acusado pela polícia de ter ordenado a decapitação do croata Tomislav Salopek, sequestro perto do Cairo, e a morte de um funcionário americano de uma companhia petroleira.
O desastre aéreo é um duro golpe para o turismo egípcio, que já sofre com anos de instabilidade, desde a queda do regime de Hosni Mubarak em 2011.
No ano passado, o número de visitantes chegou a 10 milhões, contra 15 milhões em 2010. A maioria deles em Sharm el-Sheikh.