Agência France-Presse
postado em 12/11/2015 10:50
O primeiro-ministro de esquerda radical Alexis Tsipras enfrenta nesta quinta-feira (12/11) a primeira greve geral desde que chegou ao poder em janeiro, um movimento convocado pelos sindicatos contra as novas medidas de austeridade exigidas pelos credores da Grécia.
O movimento, de 24 horas, denuncia em particular o aumento dos impostos e o projeto de reforma do sistema previdenciário. A previsão é uma ampla adesão dos serviços públicos, com a paralisação dos transportes. As companhias aéreas cancelaram dezenas de voos.
Os museus e locais arqueológicos permanecerão fechados e o funcionamento dos hospitais será limitado às emergências. Os sindicatos também convocaram protestos em Atenas.
A greve acontece no momento em que os representantes dos principais credores do país - União Europeia, FMI, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Europeu de Estabilidade - inspecionam o cumprimento das reformas prometidas pela Grécia em julho. Em troca, o país recebeu um resgate de 86 bilhões de euros, valor que será pago em três anos.
Tsipras, que chegou ao poder como líder do partido Syriza com um programa antiausteridade, renunciou em agosto, mas foi reeleito em setembro com uma maioria à margem da ala mais radical de seu partido, que critica sua mudança de política. Agora o primeiro-ministro enfrenta novas pressões para aprovar outras medidas impopulares, sob pena de não receber a próxima parcela do resgate, de dois bilhões de euros.
As discussões giram ao redor especialmente das estimativas dos preços máximos das casas cujos proprietários não poderão ser desalojados por falta de pagamento das hipotecas. Tsipras espera uma certa clemência dos credores, para evitar um empobrecimento maior de uma população abalada por anos de recessão e ajustes.
Também há divergências sobre o tratamento da inadimplência dos bancos. O Syriza aderiu à greve, com críticas às "políticas antissociais, de um neoliberalismo extremo", executadas pelo... primeiro-ministro do próprio partido.