O mundo ficou chocado em 7 de janeiro deste ano com o ataque de homens armados e aos gritos de "Alá é grande" contra a sede do semanário satírico Charlie Hebdo, localizada em Paris, onde doze pessoas foram executadas a tiros, incluindo os chargistas Wolinski, Charb, Cabu e Tignous. O atentado deixou outros 11 feridos.
Uma grande operação envolvendo tropas de elite da polícia foi deflagrada, horas após o ataque, na cidade de Reims (noroeste). Segundo testemunhas, homens armados com fuzis Kalashnikov e um lança-foguetes invadiram a redação da revista de humor Charlie Hebdo e de forma determinada, demonstrando sangue-frio e coordenação, dispararam contra os funcionários da publicação, visando especialmente aos desenhistas. Ao abandonar o prédio, os agressores atiraram contra um policial, atacaram um motorista e atropelaram um pedestre com o carro roubado.
[SAIBAMAIS] Os autores do atentado gritaram "Vingamos o Profeta", em referência a Maomé, alvo de charges publicadas há alguns anos pela revista, o que provocou revolta no mundo muçulmano. Este ataque sem precedentes fez pensar rapidamente em uma vingança dos radicais islâmicos contra o jornal, que publicou caricaturas do profeta Maomé em 2006 e 2011.
Um dia depois da publicação, a sede revista foi alvo de um incêndio criminoso. Antes do atentado, na quarta-feira (7/1), a Charlie Hebdo publicou em seu Twitter um desenho do líder do grupo militante Estado Islâmico, Abu Bakr al- Baghdadi.
O ataque reacendeu debate sobre a liberade de expressão na mídia. O periódico publica com frequências imagens polêmicas, principalmente envolvendo religão e figuras de poder. A comoção do público levou à criação da expressão Je Suis Charlie Hebdo, em solideriedade às vítimas do ataque.