Agência France-Presse
postado em 15/11/2015 14:21
Eckwersheim, França - Os investigadores tentavam explicar neste domingo o descarrilamento de uma composição de um trem de alta velocidade (TGV), que matou pelo menos 11 pessoas no sábado, no leste da França, bem como a presença de crianças a bordo, um tema polêmico.
Devido a este acidente, a entrada em serviço da linha de alta velocidade (LGV) Paris-Estrasburgo, que deveria acontecer em abril de 2016, será adiada, informou, em Paris, Jacques Rapoport, número dois da Sociedade Nacional dos Caminhos Ferroviários (SNCF).
O número de vítimas do acidente, que ocorreu em Eckwersheim, no leste da França, subiu na tarde deste domingo para 11 mortos e 37 feridos, incluindo 12 em estado crítico, de acordo com um procurador-adjunto, Alexander Chevrier, que abriu uma investigação para apurar o incidente.Ele não especificou a idade das vítimas, mas disse que as caixas-pretas do trem foram recuperadas. Cinco pessoas continuam desaparecidas.
"No momento, o acidente é inexplicável. Ninguém foi capaz de estabelecer as causa" do descarrilamento, declarou à imprensa em Paris o presidente da SNCF, Guillaume Pepy.
Ele acrescentou que o descarrilamento foi "sem precedentes" e constitui "um grande choque" para a SNCF, que nunca registrou qualquer descarrilamento fatal na história do TGV, desde sua entrada em serviço, em 1981.
As vítimas faziam parte de uma equipe de 49 técnicos e ferroviários a bordo do comboio, que realizava um teste na linha de alta velocidade destina a ligar Paris a Estrasburgo em 1h48, a partir de abril de 2016.
Crianças entre os feridos
Muitas crianças estavam a bordo no trem, indicaram, neste domingo, fontes da companhia ferroviária francesa."Havia várias crianças a bordo", indicou um porta-voz da empresa, que disse desconhecer se alguma delas morreu no acidente."Há (crianças) entre os feridos", precisou, sem especificar, no entanto, a gravidade de suas lesões.
Pepy confirmou, por sua vez, "a presença de alguns acompanhantes no comboio", incluindo crianças."Cada teste deve contar com uma lista de acompanhantes (...) autorizados a participar", e esta lista "foi enviada para os investigadores", acrescentou Pepy, que ressaltou que a SNCF "vai assumir a sua responsabilidade no que diz respeito a todas as vítimas".
As investigações "vão permitir esclarecer (...) quem são esses acompanhantes, por que estavam a bordo, em que circunstâncias foram autorizados a embarcar neste trem", disse ele algumas horas antes à rádio France Info.Por alguma razão inexplicável, o trem saiu dos trilhos e caiu na água em um canal. Ele estava viajando a cerca de 350 Km/h, de acordo com uma fonte próxima à investigação.
Segundo o sindicato Sud Rail, este TGV realizava "testes de velocidade excessiva" antes de descarrilar.Mas a SNCF "não confirma que a velocidade do comboio seja a causa do acidente", disse seu porta-voz.No local do acidente, vários guindastes tentavam, neste domingo, recuperar o trem, que caiu perto de uma ponte sobre o canal Marne au Rhine, ao noroeste de Estrasburgo.
"Todas as hipóteses sobre o acidente permanecem em aberto, a de um ato criminoso ou um ataque, não está excluída", afirmou.