Agência France-Presse
postado em 16/11/2015 15:08
Versalhes, França - O presidente francês, François Hollande, considerou nesta segunda-feira (16/11) ser "vital" que a União Europeia continue a acolher refugiados da Síria e do Iraque, negando um apelo da extrema-direita para fechar as fronteiras aos migrantes após os atentados de Paris."As pessoas desses países (Síria e Iraque), sobretudo dos territórios controlados pelo Daech (acrônimo em árabe do grupo Estado Islâmico), foram martirizadas e fugiram. Elas são as vítimas desse sistema terrorista", ressaltou o chefe do Estado. "É por isso que é vital que a Europa receba com dignidade aqueles que beneficiam do direito de asilo, mas que devolva a seus países aqueles que não o são", defendeu no Parlamento.
A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, exigiu pouco antes o "fim imediato de todo acolhimento de migrantes" na França, após os ataques terroristas em Paris, que deixaram pelo menos 129 mortos e 352 feridos.
[SAIBAMAIS] A presidente da Frente Nacional (FN) argumentou que, de acordo com os investigadores, as impressões digitais de um dos autores dos ataques, perto do qual um passaporte sírio foi encontrado, coincidiam com a de um homem que entrou no mês passado pela Grécia.
Para Hollande, a recepção dos migrantes "exige, o que não é o caso hoje, a proteção efetiva das fronteiras externas da UE". "Se a Europa não controlar as suas fronteiras externas, acontecerá, o que temos visto hoje, um retorno das fronteiras nacionais (...) e isso significará a desconstrução da União Europeia".
A França acolhe uma pequena proporção dos refugiados que chegaram desde o verão na União Europeia, mas Le Pen denunciou uma "inundação migratória".