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Norte de Paris vira cenário de guerra durante busca de terrorista

A operação tinha por objetivo capturar o suposto cérebro dos atentados que deixaram 129 mortos em Paris

Agência France-Presse
postado em 18/11/2015 09:59
Policiais em posição de combate

Paris, França -
A operação da polícia francesa para tentar capturar terroristas que estaria entrincheirados no norte de Paris levou os moradores do centro de Saint-Denis a acordar em meio a um verdadeiro pesadelo. "Parecia que estávamos em guerra", comentou uma moradora referindo-se às explosões, rajadas de tiros, movimentação de soldados e sobrevoo de helicópteros tomaram conta da região. "Nunca pensei que terroristas poderiam se esconder aqui", acrescentou a testemunha do ação.

[SAIBAMAIS]A operação tinha por objetivo capturar o suposto cérebro dos atentados que deixaram 129 mortos em Paris, e teve início às 04H00 local (01H00 de Brasília). Hayat, de 26 anos, passou a noite na casa de amigos, na rua Corbillon, onde aconteceu a operação. "Foi justo na hora em que estava saindo. Os disparos começaram e eu pensei que era apenas um ajuste de contas", comenta.

"Mas os disparos continuaram, chegaram muitos reforços e isolaram a Avenida da República. Parecia que estávamos em guerra. Era bala para todo lado", acrescentou. O centro da cidade foi isolado completamente pelas forças de segurança.

Morador da região passa com mãos para o alto indicando que não era suspeito

Os tiroteios e as explosões invadiram a madrugada até o amanhecer. Os militares se posicionaram na entrada o perímetro de segurança fortemente armados e as autoridades recomendaram aos moradores que permanecessem em casa. O tráfego de metrô, ônibus e trens foi interrompido na região.

Um homem que pediu para ficar no anonimato contou à Agência France Presse (AFP) que ação se concentrou em seu apartamento, na rua Corbillon, número 8.

Apenas um favor
"Um amigo me pediu que hospedasse dois de seus colegas alguns dias", contou ele à AFP. "Eu disse para ele que não tinha colchões, e ele respondeu que não fazia mal, que seus amigos apenas queriam água e rezar. Meu amigo disse que eles vieram da Bélgica", acrescentou.

Carro funerário na região de Saint-Denis para retirar os corpos dos terroristas mortos em confronto

";Me pediram um favor. Eu fiz esse favor. Não sabia que eram terroristas", explicou ainda, muito agitado, antes que a polícia o algemasse e o levasse para interrogatório. Diante da igreja se concentraram jornalistas e curiosos. "Precisava ir ao hospital. Não tinha ônibus e ouvi barulho de helicópteros. Aí me dei conta de que algo estava acontecendo", relata Emma, de 25 anos.

Bombeiros agem para socorrer feridos durante o confronto

Ao amanhecer, um helicóptero continuava sobrevoando a zona. Os soldados prosseguiam mobilizados, junto com dezenas de patrulhas da polícia e carros de bombeiro. Didier, um morador local de 34 anos, parecia confuso. "Todas estas patrulhas, esses homens armados...", afirmou, visivelmente nervoso.



"Onde está a segurança nisso tudo? Estamos seguros de verdade?", questionou Naim, de 33 anos, que mora numa rua vizinha e se aproximou do local dos fatos para acompanhar os acontecimentos, como fizeram muitos outros curiosos.

Mapa interativo mostra locais de ataque em Paris, veja:

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