Agência France-Presse
postado em 25/11/2015 17:42
Mazar-e Sharif, Afeganistão - O exército afegão tentava socorrer, nesta quarta-feira (25/11), 18 pessoas - entre elas dois moldavos - sequestradas pelos talibãs no dia anterior, após o pouso forçado de um helicóptero em uma região instável do norte do Afeganistão. Os insurgentes já mataram três passageiros do helicóptero alugado pelo exército afegão, entre eles um moldavo, informou o governo da Moldávia.
As operações de busca foram retomadas durante a madrugada, mas são muito complicadas, segundo o ministério da Defesa afegão, porque parte da região está sob controle dos talibãs, que tentam ampliar a insurreição ao norte do país.
As tropas enviadas à região na terça-feira enfrentaram uma forte resistência dos insurgentes. Um total de 21 passageiros estava no helicóptero alugado pelo exército afegão a uma empresa privada.
"Os três membros da tripulação - dois pilotos e um engenheiro - são cidadãos da Moldávia", declarou à AFP o primeiro-ministro interino do país, Gheorghe Brega. Um tripulante, além de dois passageiros, foram mortos e dois moldávios figuram entre os 18 reféns, informou.
Pouso forçado ou ataque?
O aparelho, um modelo Mi-17, fez "um pouso forçado devido a um problema técnico perto de Meymaneh", capital da província de Faryab, afirmou o ministério da Defesa afegão em um comunicado.
Os rebeldes talibãs, muito numerosos ao redor da cidade, chegaram rapidamente ao local do acidente, no distrito de Pashtun Kot, e abriram fogo contra os passageiros.
As autoridades anunciaram a morte de três pessoas e o sequestro de outras 18, sem definir se são militares ou civis.
Os talibãs, que geralmente exageram os resultados de suas operações, deram uma versão muito distinta do ocorrido na manhã desta quarta-feira em sua página na internet. Asseguram que "derrubaram" o helicóptero, matando cinco passageiros, e que sequestraram outros 15.
Por outro lado, não mencionam estrangeiros. Os reféns "se encontram em lugares seguros e estão sendo investigados por nós", afirmam os rebeldes islamitas.
A missão da OTAN no Afeganistão, formada por 13 mil soldados estrangeiros, não quis fazer declarações sobre o ocorrido e se limitou a afirmar que "não havia nenhum americano" a bordo do aparelho.
Já há dois meses, a província de Faryab, fronteiriça com o Turquemenistão, é cenário de confrontos entre as forças de segurança afegãs e os insurgentes islamitas, cada vez mais ativos no norte do país.
No final de setembro, os rebeldes conseguiram entrar em Kunduz, um ponto estratégico que controlaram durante três dias. Era a primeira vez que se apoderavam de uma cidade importante desde que foram expulsos do poder em 2001 por uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
Animados com a conquista, orquestraram, dias depois, uma série de ataques a outras cidades. Na noite do dia 4 de outubro se dirigiram a Meymaneh, capital de Faryab, mas habitantes armados impediram que avançassem. As forças de segurança pareciam ter abandonado seus postos. No passado, os talibãs conseguiram derrubar vários helicópteros militares.