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Oposição venezuelana denuncia assassinato e violência

O político opositor foi assassinado durante um comício eleitoral. A oposição também denuncia o governo de estimular a violência

Agência France-Presse
postado em 26/11/2015 14:33
Caracas, Venezuela - O assassinato de um político opositor na quarta-feira (25/11) durante um ato eleitoral na presença da esposa do dirigente preso Leopoldo López, alimentou a já agressiva campanha para as legislativas de 6 de dezembro na Venezuela.

Luis Manuel Díaz, secretário-geral da Ação Democrática (AD) de Altagracia de Orituco, no estado de Guárico (centro), foi baleado na quarta-feira (25/11) à noite durante um comício eleitoal com Lilian Tintori, esposa de López, informou o deputado opositor Henry Ramos Allup, porta-voz nacional do partido.

Ramos Allup, secretário da AD e um dos líderes da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), afirmou que Díaz estava no palanque com Lilian Tintori, esposa do líder opositor Leopoldo López, que cumpre pena de quase 14 anos de prisão depois de ter sido condenado pela acusação de estimular a violência nos protestos contra o governo que deixaram 43 mortos entre fevereiro e maio de 2014.

O deputado explicou que o autor do crime, que ele atribuiu a "grupos armados" vinculados ao governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), atirou a partir de um veículo.


A missão de acompanhamento eleitoral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), instalada na Venezuela desde a semana passada, lamentou em um comunicado a morte do opositor e expressou o "mais enérgico repúdio a todo tipo de violência que possa afetar o desenvolvimento normal do processo eleitoral".

A Unasul também pediu uma "exaustiva investigação deste ato condenável, com o objetivo de evitar a impunidade". O presidente do Parlamento e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, chamou na quarta-feira de "montagens" os ataques denunciados recentemente pela oposição.

"A nova moda é: grupos armados do chavismo atacaram não sei quem. Esta já conhecemos", disse Cabello em seu programa semanal de televisão.

Nas últimas semanas, a oposição denunciou vários incidentes que envolveram seus dirigentes, entre eles o ex-candidato à presidência Henrique Capriles, que relatou um ataque armado contra ele por simpatizantes do governo.

Lilian Tintori denunciou na semana passada uma perseguição quando tentava participar em um ato político em Cojedes (centro).

Outro incidente aconteceu no domingo em Petare, leste de Caracas. Miguel Pizarro, deputado e candidato da MUD, afirmou que um tiroteio aconteceu quando percorria uma favela e apresentou fotografias de homens encapuzados que supostamente portavam armas.

A MUD também condenou o assassinato de Díaz em um comunicado, no qual responsabiliza o governo do presidente Nicolás Maduro, "por ação e omissão, de qualquer ato de violência na Venezuela".

"A pregação violenta a partir dos mais elevados níveis do Estado é responsável por semear o ódio", afirmou a coalizão opositora, que pediu à Organização dos Estados Americanos (OEA), às Nações Unidas, União Europeia e até ao Vaticano que "exijam do governo nacional e do PSUV a rejeição pública do uso da violência como arma política".

A Venezuela é um dos países com a maior taxa de homicídios no mundo, 53,7 por 100.000 habitantes em 2012, de acordo com o último relatório da ONU.

Referindo-se aos incidentes em Guárico e Bolívar (sul), horas antes do assassinato, o presidente do parlamento e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, acusou de "montagem" as denúncias da oposição.

"A nova moda é: grupos armados do chavismo atacaram não sei quem. Essa nós já sabemos", disse Cabello em seu programa de TV.

Os venezuelanos comparecerão às urnas em 6 de dezembro para escolher os 167 deputados de uma Assembleia unicameral, controlada pelo chavismo há 16 anos.

De acordo com várias pesquisas, a opositora MUD lidera as intenções de voto com uma vantagem de 14 a 35 pontos, mas o presidente Nicolás Maduro afirma ter um "voto firme" de 40%.

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