Agência France-Presse
postado em 27/11/2015 13:43
Washington, Estados Unidos - O americano Alan Gross, libertado em dezembro 2014, depois de passar cinco anos na prisão em Cuba por espionagem, declarou que foi ameaçado de morte e que se sentiu abandonado pelas autoridades do seu país, em uma entrevista à televisão CBS."Eles ameaçaram me enforcar. Ameaçaram arrancar minhas unhas. Disseram-me que eu nunca mais iria ver a luz do dia", afirmou Gross, de 66 anos, em entrevista ao programa 60 Minutes.
Gross admite que "durante as primeiras duas semanas" de sua detenção em Cuba acreditou que o governo dos Estados Unidos conseguiria tirá-lo rapidamente da ilha.
"Então, passei a me perguntar: ;Onde diabos eles estão?; Nnão tinha ideia de que passaria cinco anos preso", conta em sua primeira entrevista desde sua libertação, conseguida graças a reaproximação entre Washington e Havana no final do ano passado.
Na entrevista, a ser transmitida na íntegra no domingo à noite, Gross afirma que fazia três coisas todos os dias: "Pensava em minha família que sobreviveu ao Holocausto. Fazia exercícios todos os dias e encontrava algo para rir".
Ex-funcionário da agência americana de ajuda ao desenvolvimento (Usaid), uma agência do Departamento de Estado, foi preso em 2009 e condenado em Cuba dois anos depois a 15 anos de prisão por ter introduzido na ilha equipamento de transmissão via satélite.
Gross foi libertado em dezembro de 2014 por razões humanitárias, como parte de uma troca em que os Estados Unidos libertaram três cubanos acusados %u200B%u200Bde espionagem no seu território.