Agência Estado
postado em 29/11/2015 18:08
A Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP 21) começou oficialmente na tarde deste domingo, em Paris, com um minuto de silêncio em homenagem às vitimas do ataque terrista na capital francesa no último dia 13 de novembro. A COP vai até o dia 11 de dezembro e reúne mais de 150 lideranças globais.Após o momento de silêncio, o ministro de Meio Ambiente do Peru, Manuel Pulgar-Vidal, que liderou as negociações no último ano, afirmou que um acordo relacionado às mudanças climáticas no planeta seriam uma boa forma de superar o horror dos ataques em Paris.
O ministro do Exterior francês e presidente da conferência, Laurent Fabius, afirmou que o objetivo do evento é chegar a um acordo ambicioso que envolva todos os países participantes da COP 21. "Estou seguro de que vocês serão capazes de restabelecer um bom resultado", declarou Fabius, dirigindo-se aos representantes das nações presentes na cerimônia. "Todos os dias precisaremos obter progressos. Nenhum tema pode ser deixado de lado", complementou. O ministro francês disse ainda que os negociadores dos países devem isso ao mundo.
Horas antes de chegar a Paris, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse pelo Facebook que a liderança norte-americana está contribuindo à luta global contra as mudanças climáticas. Obama declarou que os Estados Unidos têm demonstrado ser possível obter ganhos ambientais e, ao mesmo tempo, criar empregos e fazer sua economia crescer. "O que torna este encontro diferente é o fato de mais de 180 nações já terem proposto planos para reduzir as emissões de gases que causam as mudanças climáticas. A lidarança norte-americana está ajudando a impulsionar este processo", afirmou.
Durante a conferência em Paris, Obama deve reafirmar aos líderes globais que os Estados Unidos têm condições de cumprir os compromissos assumidos pelo país. Obama disse ainda que o objetivo, em Paris, é obter um plano de longo prazo que leve a reduções globais de emissões de gases de efeito estufa. Ele defendeu que cada nação estabeleça metas que possam ser verificadas pelos demais países. Disse, também, que as lideranças reunidas na capital francesa tentarão oferecer apoio aos "países mais vulneráveis" por meio do aumento da oferta de energia limpa e de medidas de adaptação dos efeitos das mudanças climáticas.
Mais cedo, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, afirmou que os esforços para reduzir a emissão de poluentes não são suficientes e devem ser revistos antes de 2020. Em entrevista na véspera da COP 21, ele afirmou que os planos para cortes nas emissões devem ser revistos a cada cinco anos. "Eu proporia que a primeira dessas revisões acontecesse antes de 2020", comentou.
Milhares de pessoas estão protestando hoje em diversas cidades ao redor do mundo para pressionar os líderes globais que se reunirão em Paris a chegar a um acordo sobre a redução na emissão de poluentes. Em Londres, políticos e celebridades se juntaram aos manifestantes. O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, disse que a COP 21 é uma enorme oportunidade para discutir mudanças climáticas, poluição, desigualdade e refugiados ambientais.
Em Paris, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar um grupo de manifestantes que protestava contra as mudanças climáticas. A capital francesa está sob forte esquema de segurança para a COP 21, que começa oficialmente amanhã e deve contar com a participação de quase 150 chefes de Estado. Os manifestantes gritavam: "Estado de emergência não vai tirar nosso direito de manifestação. Fonte: Associated Press.