Agência France-Presse
postado em 30/11/2015 16:22
O embargo que Moscou impôs a Ancara após ter abatido um caça na fronteira entre a Turquia e a Síria se limitará a frutas e verduras, pero pode ser ampliado, informou nesta segunda-feira o governo russo."Essas medidas são apenas um primeiro passo", advertiu o primeiro-ministro Dmitri Medvedev, acrescentando que elas poderão ser ampliadas caso as autoridades considerem necessário.
Em um decreto, o presidente russo Vladimir Putin impôs a suspensão de voos charter entre a Rússia e a Turquia, a proibição de empregar trabalhadores turcos em empresas russas e o restabelecimento de vistos entre os dois países.
Em relação dos produtos afetados pelas sanções econômicas destacam-se os alimentos.
"Trata-se de dois principais grupos: o primeiro de verduras, incluindo os tomates, e o segundo de frutas", informou o vice-primeiro-ministro Arkadi Dvorkovich.
"Estimamos que é preciso evitar ao máximo novos aumentos de preços no mercado interno. Para isso propomos aplicar esta proibição com algum atraso (...) para que os consumidores e os comerciantes tenham tempo, algumas semanas, para encontrar outros fornecedores", informou o funcionário.
A Rússia já impôs um embargo aos produtos agrícolas e alimentares dos países que impuseram sanções a Moscou pelo conflito na Ucrânia, especialmente às importações da União Europeia. Essas medidas, somadas a uma desvalorização do rublo, provocaram um forte surto inflacionário.
A Rússia importa da Turquia sobretudo tomates e vegetais. A falta de produtos frescos gera preocupações de escassez no período de festas. As mercadorias industriais foram isentas.
No setor dos transportes, o número de empresas autorizadas a operar na Rússia passará de 8.000 para 2.000, informou Dvorkovich.
Segundo especialistas, o setor mais prejudicado será o turismo. Imediatamente após a queda do caça Su-24, Moscou recomendou aos russos que não viajassem para a Turquia.
Os turistas russos são o segundo grupo mais importante para o setor turístico turco, depois dos alemães.
De Bruxelas, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, pediu a Moscou que "reconsidere" as sanções, destacando que elas são desfavoráveis tanto aos interesses da Turquia quanto aos da Rússia.