Agência France-Presse
postado em 06/12/2015 15:58
Pequim, China - A Polícia chinesa prendeu pelo menos três conhecidos militantes dos direitos dos trabalhadores - denunciaram ONGs, ativistas e a imprensa local neste domingo, em uma operação repressiva em um país que proíbe a atividade sindical independente.Zeng Feiyang, diretor do Centro Panyu ; uma associação que promove os direitos dos trabalhadores imigrantes ; e Zhu Xiaomei, outro ativista, foram detidos nesta sexta-feira pela Polícia de Cantão (sul), de acordo com a China Labour Bulletin, uma ONG instalada em Hong Kong.
Ambos são acusados de terem "reunido multidões" ilegalmente e "perturbado a ordem social", disse a ONG chinesa Weiquanwang ("Rights Defense Network"). Trata-se de uma acusação formulada, em geral, contra manifestantes críticos ao regime.
Zeng e sua rede lutam ativamente na província sul de Guangdong para ajudar os operários em suas disputas com os empregadores.
Por medo de ver emergir um movimento operário independente, o Partido Comunista Chinês autoriza um sindicato único oficial, controlado de forma estreita pelo governo. Essas forças "sindicais" não independentes tendem a apoiar a direção da empresa na grande maioria dos conflitos trabalhistas.
Weiquanwang também confirmou a prisão de He Xiaobo, que dirige a Nanfeiyan, uma associação que ajuda os operários vítimas de lesões no ambiente de trabalho, que fica em Foshan (sul).
Foi acusado de "desvio [de recursos] no âmbito de suas funções", informou a revista Caijing, em artigo publicado na Internet e rapidamente censurado.
Um grande centro de produção manufatureira chinesa, Guangdong vive nos últimos dias uma ofensiva das autoridades contra os militantes.
Cerca de 15 foram detidos, segundo a revista Caijing e as ONGs. Embora alguns tenham sido libertados depois de algumas horas de interrogatório, o destino de alguns continua incerto.
Entre eles, está Chen Huihai, um advogado especializado que trabalha em uma rede de apoio jurídico aos funcionários.