Agência France-Presse
postado em 06/12/2015 23:23
Washington, Estados Unidos - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou, em pronunciamento ao vivo à Nação neste domingo (6/12), que o ataque ocorrido na Califórnia, no qual 14 pessoas morreram, foi um "ato de terrorismo". Segundo ele, o americano Syed Farook e sua mulher paquistanesa, Tashfeen Malik, casal que cometeu o ataque, iniciaram "o caminho obscuro da radicalização, abraçando uma interpretação pervertida do Islã, que pede uma guerra contra os Estados Unidos e contra o Ocidente".
Em pouco mais de 15 minutos, Obama revisou as informações disponíveis sobre o que aconteceu em San Bernardino e deu detalhes sobre sua estratégia para enfrentar o Estado Islâmico. "Muitos americanos estão perguntando, se nos confrontamos com um câncer que não tem cura imediata", disse Obama.
[SAIBAMAIS]Para ajudar a conter essa ameaça, o presidente sugeriu a implementação de controles de fronteira e pediu a adoção de um controle de armas mais rígido - para que seja "mais difícil matar" -, assim como a ajuda das empresas do setor de tecnologia. "Vou pedir às lideranças de alta tecnologia e às autoridades de aplicação da lei que tornem mais difícil para os terroristas usar tecnologia para fugir da Justiça", antecipou Obama. "O Congresso deveria agir para fazer que uma pessoa que não foi autorizada a tomar um avião possa comprar uma arma. Qual poderia ser a justificativa para permitir que um suspeito de terrorismo compre uma arma semiautomática? Isso é uma questão de Segurança Nacional", frisou.
Em raro discurso transmitido pela televisão, Obama garantiu que "vamos destruir" o grupo Estado Islâmico e, nesse sentido, prometeu caçar terroristas onde quer que estejam. Este foi o terceiro discurso de Obama feito do Salão Oval da Casa Branca. "Aqui está o que eu quero que vocês saibam. A ameaça do terrorismo é real, mas vamos superá-la. Vamos destruir o ISIL (acrônimo do EI em inglês) e qualquer outra organização que tente nos prejudicar", frisou. "Nosso Exército vai continuar a caçar conspiradores terroristas em qualquer país onde seja necessário", completou.
Segundo Obama, o EI "não fala pelo Islã. São matadores e assassinos. Um culto da morte. Representam uma fração ínfima de mais de um bilhão de muçulmanos em todo o mundo". Obama afirmou ainda que os EUA não serão arrastados para a guerra no terreno na Síria e no Iraque. "Não deveríamos ser dragados mais uma vez para uma longa e custosa guerra no terreno no Iraque e na Síria. É isso que grupos como o EI querem", defendeu.
E convocou os muçulmanos a "rejeitarem inequívoca e decididamente a ideologia de ódio que grupos como o ISIL e a Al-Qaeda promovem". "Não podemos nos virar um contra o outro, deixando essa luta ser definida como uma guerra entre os EUA e o Islã", frisou. "Devemos atrair as comunidades muçulmanas como um dos nossos mais fortes aliados, em vez de afastá-los pela suspeita e pelo ódio", considerou, acrescentando que o extremismo "é um problema real que os muçulmanos devem enfrentar sem desculpas".