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Síria condena ataque da coalizão que matou vários de seus soldados

Segundo o ministério, três soldados sírios morreram e 13 ficaram feridos por quatro aviões da coalizão em um campo militar da província de Deir Ezzor

Agência France-Presse
postado em 07/12/2015 08:30
Damasco, Síria - O ministério sírio das Relações Exteriores condenou nesta segunda-feira (7/12) o bombardeio da coalizão liderada pelos Estados Unidos contra um campo militar que matou vários soldados, classificando-o de "agressão flagrante", segundo a imprensa estatal.

[SAIBAMAIS]"A República Árabe Síria condena esta agressão flagrante da coalizão liderada pelos Estados Unidos que viola abertamente a Carta da ONU", disse o ministério em uma carta enviada ao Conselho de Segurança e ao secretário-geral das Nações Unidas.

Segundo o ministério, três soldados sírios morreram e 13 ficaram feridos por quatro aviões da coalizão em um campo militar da província de Deir Ezzor, no leste da Síria. A coalizão desmentiu, minutos depois, ter bombardeado estas instalações militares. "Estamos cientes destas informações publicadas na imprensa, mas não realizamos nenhum bombardeio nesta parte da (província) de Deir Ezzor, e sim a 55 quilômetros dali", indicou à Agência France Presse (AFP) o porta-voz da coalizão, o coronel Steve Warren.

O ministério sírio das Relações Exteriores pediu "ao Conselho de Segurança da ONU que atue imediatamente ante esta agressão e tome as medidas apropriadas para evitar que se reproduzam", disse em sua carta.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) indicou pouco antes que os bombardeios deixaram quatro soldados sírios mortos e 13 feridos. Esta ONG com sede no Reino Unido, que conta com uma rede de colaboradores na Síria, explicou que os ataques ocorreram no oeste de Deir Ezzor, a dois quilômetros de uma área controlada pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI). Segundo o OSDH, é a primeira vez em que a coalizão antijihadista internacional matou soldados sírios em um de seus bombardeios.

Grande parte de Deir Ezzor está sob o controle do EI, mas o regime segue presente em pequenas zonas da província, incluindo a capital. A coalizão realiza bombardeios contra o EI desde setembro de 2014, e não coordena seus ataques com o governo de Bashar al-Assad.



Damasco criticou com frequência os bombardeios da coalizão, ao considerar que são ineficazes e ilegais, já que não são coordenados com as tropas governamentais. "A coalizão americana carece de seriedade e credibilidade para combater o terrorismo de forma efetiva", afirmou o ministério sírio das Relações Exteriores.

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